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Arménia

Tentativa de golpe de estado na Arménia

Militares exigem a demissão do primeiro-ministro – mas Pashinyan juntou 20.000 pessoas no centro de Yerevan e denunciou o golpe Tensão nas ruas de Yerevan, a capital da Arménia, e sobretudo alguma incerteza ainda sobre o resultado final da tentativa de golpe de estado que ocorreu hoje naquele país do Cáucaso.

O primeiro-ministro arménio Nikol Pashinyan esteve juntamente com os seus apoiantes no centro de Yerevan para denunciar uma tentativa de golpe militar neste dia 25 de Fevereiro de 2021.
O primeiro-ministro arménio Nikol Pashinyan esteve juntamente com os seus apoiantes no centro de Yerevan para denunciar uma tentativa de golpe militar neste dia 25 de Fevereiro de 2021. Karen Minasyan AFP
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Tudo começou quando Onik Gasparyan, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas exigiu a demissão de Nikol Pashinyan, e do seu governo, através de um comunicado assinado por quase todas as chefias militares do país, depois do primeiro-ministro ter demitido algumas patentes, entre as quais o vice de Gasparyan.

O comunicado defendia que o “primeiro-ministro e o Governo já não estão em condições de tomar decisões sensatas”, e que “durante bastante tempo as forças armadas toleraram os ataques e as difamações do governo, mas que tudo tem os seus limites”. O comunicado responsabiliza o Governo de ter cometido erros que ameaçam a integridade do Estado.

O primeiro-ministro estava numa posição muito fragilizada desde que assinou, em Novembro passado, um humilhante acordo de cessar-fogo com a Rússia e o Azerbaijão para pôr fim a uma sangrenta guerra sobre o enclave de Nagorno-Karabakh, um pedaço de território azeri habitado e controlado por arménios.

Depois de 6 semanas de guerra, o Azerbaijão conseguiu reconquistar não só uma parte do enclave, mas também os territórios azeris envolventes que o ligavam à Arménia, também anteriormente ocupados por separatistas arménios.

A clara derrota no teatro de guerra foi mal digerida internamente, e desde então Pashinyan tem estado sob pressão – primeiro resistiu às manifestações populares que denunciavam a vergonhosa capitulação, depois resistiu a várias moções de censura no parlamento, para agora ser confrontado com uma revolta dos militares, depois de acusações mútuas sobre as responsabilidades dos acontecimentos.

Enquanto jatos militares sobrevoavam a capital, Pashinyan foi rápido a denunciar a tentativa de golpe militar, e de megafone em punho saiu para a Praça da República, a mais central da capital, juntamente com a sua mulher e filhas, e alguns ministros, e rodeado de milhares de apoiantes.

Pashinyan foi eleito em 2018, após uma revolução pacífica ter derrubado o anterior regime, sempre muito próximo e dependente da Rússia. Enquanto os partidos da oposição já pediram a Pashinyan para se demitir e assim evitar uma “guerra civil”, a influente igreja ortodoxa e o presidente Armen Sarkisian apelaram à calma, para se encontrar uma solução pacífica.

A tentativa de golpe de estado já foi condenada pela vizinha Turquia – que viveu em 2016 uma situação similar, enquanto o rival Azerbaijão advertiu contra qualquer tentativa de “revanchismo”. Moscovo já disse que estava a acompanhar a situação com atenção.

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