Piratagem da Microsoft: China denuncia alegações "infundadas"
Washington e os seus aliados acusaram ontem abertamente a China de actividades cibernéticas supostamente “malévolas” e responsabilizaram-na pela invasão massiva em Março das plataformas de mensagens do grupo Microsoft. A China respondeu hoje negando estas acusações que qualificou de "infundadas" e "irresponsáveis".
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Não é a primeira vez que a China é suspeita de apadrinhar senão mesmo de conduzir acções de pirataria informática. Isto vem acontecendo desde a primeira descoberta de unidades e hackers chineses em 2013. Ontem, os Estados Unidos e os seus aliados, a NATO, União Europeia, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Canadá fizeram acusações claras.
Washington afirmou que a China “patrocina” estas actividades usando “hackers criminosos” que cometem ciberataques no mundo inteiro, o secretário de Estado norte-americano acrescentando ainda que Pequim tem "um comportamento irresponsável, perturbador e desestabilizador no ciberespaço, que representa uma grande ameaça à economia e à segurança" dos Estados Unidos e dos seus parceiros.
No mesmo sentido, Londres, pela voz do seu ministro dos negócios estrangeiros, considerou que “o governo chinês deve acabar com a sua ciber-sabotagem sistemática e deve ser responsabilizado se não o fizer”.
Por seu turno, ao referir ter “tomado nota” das declarações dos seus membros sobre a China, a NATO pediu “a todos os estados, incluindo a China, que respeitem as suas obrigações e compromissos internacionais inclusivamente no ciberespaço”.
A União Europeia, quanto a si, denunciou as actividades de um grupo de hackers que qualifica de "ameaça persistente avançada" e que, segundo ela, agem “a partir do território chinês com o objectivo de espiar ou descobrir segredos”.
A Microsoft denunciou no passado mês de Março ter sido alvo de ataques de um grupo ligado a Pequim apelidado de "Hafnium". De acordo com as autoridades americanas, este grupo actua designadamente a partir da ilha chinesa de Hainan, os ataques tendo começado em Janeiro em doze países onde se constataram o roubo de segredos industriais (veículos autónomos, aeronáutica, sequenciamento genético) e informações sobre concursos públicos (projectos de infra-estruturas como linhas ferroviárias de alta velocidade).
A China que é também acusada de efectuar uma vigilância em larga escala da sua própria população não desmente um controlo apertado do que se passa no seu território. No tocante às suas actividades no exterior, a China contudo desmentiu veementemente as acusações de pirataria.
"O governo chinês nunca se envolveu em actividades de ciberataque ou roubo cibernético", respondeu a Embaixada da China nos Estados Unidos retorquindo que são “as agências americanas” que estão "envolvidas na intrusão cibernética e em ciber-actividades de vigilância, inclusivamente contra os seus aliados." Pequim considerou ainda, através da sua embaixada na Nova Zelândia, que “dada a natureza virtual do ciberespaço, é preciso ter provas claras ao investigar ou identificar um incidente cibernético”.
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