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Brasil

Desflorestação da Amazónia aumentou 22% no espaço de apenas um ano

A desflorestação no Brasil atingiu níveis nunca vistos desde os últimos 15 anos segundo dados do Sistema de Monitoria da Desflorestação (PRODES) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil que dão conta de um aumento de 22% do desmatamento no espaço de apenas um ano na floresta amazónica.

Nestes últimos três anos, a desflorestação na Amazónia atingiu uma média anual de 10.000 km2, contra 6.500 há dez anos.
Nestes últimos três anos, a desflorestação na Amazónia atingiu uma média anual de 10.000 km2, contra 6.500 há dez anos. © AP - Leo Correa
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De acordo com estes dados divulgados ontem, entre Agosto de 2020 e Julho de 2021, o desmatamento na maior floresta tropical do mundo aumentou 13.235 km2, ou seja a maior área de floresta destruída desde 2006. Este é o terceiro ano consecutivo que aumenta a desflorestação da Amazónia, desde a chegada de Jair Bolsonaro no poder, cujo executivo, todavia, tem prometido acções "mais firmes".

Em conferência de imprensa ontem em Brasília, o ministro brasileiro do meio ambiente, Joaquim Leite, reconheceu que estes dados representam um desafio. "São números ainda que são um desafio para nós e teremos que ser mais contundentes em relação a esses crimes", declarou o governante.

Nessa mesa comunicação pública, o ministro brasileiro da justiça, Anderson Torres, prometeu igualmente acções contra quem comete crimes ambientais. "Estamos a re-adequar as nossas forças e vamos subir para essas regiões de desmatamento, para essas pessoas que ainda insistem nesses crimes ambientais. O Estado Brasileiro vai subir com força total para a Amazónia, para o Pará, para o Mato Grosso e para esses estados onde os números ainda não são bons", anunciou o titular do pelouro da justiça.

Logo à sua chegada ao poder em 2019, o Presidente Bolsonaro disse que pretendia abrir terras protegidas e reservas indígenas para a agricultura e mineração. Na altura, esta decisão não deixou de suscitar preocupação a nível mundial, ao ponto de o Presidente francês ter chegado a dizer que o debate sobre a internacionalização da Amazónia estava 'em aberto', criando mal-estar entre Paris e Brasília.

Nestes últimos três anos, a desflorestação na Amazónia atingiu uma média anual de 10.000 km2, contra 6.500 há dez anos, este sendo o resultado de "um esforço persistente, planeado e contínuo para destruir as políticas de protecção ambiental” do governo Bolsonaro, segundo o Observatório do Clima, entidade que congrega as principais ONGs ambientalistas activas no país.

Esta organização -refira-se- acusa igualmente o executivo de Bolsonaro de ter propositadamente publicado apenas depois da COP-26 estes dados que datam de finais de Outubro.

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