Acesso ao principal conteúdo
Reino Unido

Futuro político de Boris Johnson em questão depois do "partygate"

Nos últimos dias, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson está a ser alvo de apelos à demissão depois de se terem tornado públicas no final do ano passado informações sobre uma série de festas organizadas nos círculos do poder, nomeadamente uma em Maio do ano passado em que o próprio terá participado, numa altura em que o país estava em pleno confinamento e os britânicos não tinham sequer possibilidade de se despedir dos seus entes próximos em final de vida. 

Boris Johnson no dia 12 de Janeiro de 2022 durante a sessão no parlamento em que pediu desculpa por ter participado numa festa proibida no ano passado.
Boris Johnson no dia 12 de Janeiro de 2022 durante a sessão no parlamento em que pediu desculpa por ter participado numa festa proibida no ano passado. Jessica Taylor UK Parliament/AFP
Publicidade

"Partygate" é o novo escândalo que vem juntar-se às acusações de favoritismo e corrupção que pesam sobre Boris Johnson e o seu gabinete. 

No final do ano passado, a imprensa britânica revelou que o primeiro-ministro tinha participado numa festa dada nos jardins da sua residência oficial no passado dia 20 de Maio, um evento para o qual o seu secretário pessoal tinha convidado uma centena de pessoas com a recomendação de trazerem a sua própria garrafa, isto em pleno confinamento num país particularmente flagelado pela pandemia.

Instado a prestar contas na quarta-feira perante os parlamentares, Boris Johnson pediu desculpa pelo sucedido. 

Só que entretanto, o jornal 'The Telegraph' acaba de dar conta de outra festa organizada no subsolo de Downing Street no dia 17 de Abril de 2021 em pleno período de luto nacional, em vésperas do funeral do Príncipe Philip, esposo da rainha de Inglaterra. Esta festa na qual, de acordo com um porta-voz citado pelo jornal, o chefe do governo não terá participado, reuniu cerca de 30 pessoas numa altura em que os encontros em espaços fechados eram proibidos. 

Downing Street apresentou esta sexta-feira o seu pedido de desculpas à rainha pela ocorrência, numa nova tentativa de apagar o incêndio.

Estas revelações têm levado os partidos de oposição, designadamente os trabalhistas, a reclamarem a demissão de Boris Johnson. Apesar de ter sido pedido um inquérito interno cujos resultados devem ser conhecidos dentro de uma semana, algumas vozes entre os conservadores consideram que a postura do primeiro-ministro é insustentável. 

"É o partido conservador senão mesmo o primeiro-ministro que devem tomar esta decisão" declarou publicamente o deputado conservador William Wragg evocando uma possivel demissão de Boris Johnson. Por seu turno, o ministro das finanças, Rishi Sunak, considerado como um potencial candidato ao posto de chefe do governo, demorou várias horas antes de dar um muito reservado apoio público àquele que é já considerado por alguns como "morto-vivo".

Este último, alegando ser caso contacto covid, cancelou ontem uma visita num centro de vacinação no norte do país e evitou prestar declarações.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.