EUA vão enviar mais 3.000 soldados para leste da Europa
Os Estados Unidos anunciaram, esta quarta-feira, o envio de 3.000 soldados adicionais para a Europa de Leste para defender os países da NATO de "qualquer agressão". A Rússia respondeu que a medida “aumenta a tensão militar e reduz a possibilidade de uma decisão política".
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Mais 3.000 soldados norte-americanos para a Europa de Leste, a somar aos 8.500 que estão em alerta desde final de Janeiro para serem destacados como parte da Força de Resposta Rápida da NATO, se necessário.
O presidente norte-americano, Joe Biden, declarou que “enquanto [o presidente russo] estiver a agir de forma agressiva, os Estados Unidos vão garantir aos aliados da NATO na Europa de Leste que estão lá". Mas o porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby, precisou que "essas forças não vão lutar na Ucrânia" que não é membro da NATO, tratando-se apenas de uma redistribuição temporária.
O anúncio não foi interpretado dessa forma pela Rússia. O vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, considerou que são "medidas destrutivas que aumentam a tensão militar e reduzem a possibilidade de uma decisão política".
Em busca desse consenso político continuam os líderes da França e da Alemanha. O chanceler alemão Olaf Scholz anunciou, na quarta-feira, que vai visitar Moscovo "em breve" para falar com Vladimir Putin, enquanto o Presidente francês Emmanuel Macron deixou a porta aberta para se deslocar à Rússia em busca de uma solução diplomática.
Entre esforços diplomáticos, ameaça de sanções e apoio militar, as potências ocidentais têm-se mobilizado para impedir o que temem ser uma invasão “iminente” da Ucrânia, perante a presença de 100.000 soldados russos nas fronteiras da sua vizinha pró-ocidental. Moscovo nega, diz que só quer garantir a sua segurança e pede fim do alargamento da NATO a leste. O Kremlin afirma contar, agora, com o apoio da China e Vladimir Putin vai encontrar-se, esta sexta-feira, com Xi Jinping.
Entretanto, Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia - membro da NATO e com fortes relações comerciais com a Ucrânia - desloca-se, esta quinta-feira, a Kiev para tentar uma mediação. O problema é que a Ucrânia é um dos dossiers sensíveis entre Moscovo e Ancara. Os turcos apoiam a adesão de Kiev à NATO e opuseram-se à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Recentemente, Putin acusou Erdogan de ter fornecido drones armados a Kiev, usados contra os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
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