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Rússia / UE

Moscovo quer obrigar países "hostis" a pagar gás russo em Rublos, mas UE recusa

O Presidente russo anunciou ontem ter assinado um decreto estipulando que os compradores de gás russo que constam da sua lista de "países hostis" passem a pagar o seu fornecimento em Rublos, a moeda russa, já a partir desta sexta-feira, uma medida que diz nomeadamente respeito aos países-membros da União Europeia que desde já recusaram esta eventualidade.

O Presidente russo Vladimir Putin, no dia 31 de Março, no Kremlin.
O Presidente russo Vladimir Putin, no dia 31 de Março, no Kremlin. AP - Mikhail Klimentyev
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"Devem abrir contas em Rublos em bancos russos. E a partir dessas contas, deverão pagar o fornecimento de gás já a partir desta sexta-feira", declarou ontem Vladimir Putin acrescentando que em caso de recusa "os contratos em curso serão interrompidos".

Ao insistir que “se esses pagamentos não forem efectuados, isto será considerado como um incumprimento de obrigações por parte do comprador e isto vai acarretar todas as consequências que se impõem”, Vladimir Putin recordou que esta medida é uma resposta ao congelamento de cerca de 300 bilhões de Dólares de reservas que a Rússia tinha no exterior, uma sanção decidida pelos países ocidentais logo nos primeiros dias da ofensiva russa na Ucrânia.

No começo do passado mês de Março, Moscovo publicou uma lista de países considerados "hostis". Desta lista, constam os Estados Unidos, os membros da União Europeia, o Reino Unido, o Canadá, o Japão, a Suíça, Taiwan, a Coreia do Sul, a Noruega e a Austrália.

Reagindo logo a esta decisão, a Alemanha que é particularmente dependente do gás russo e por isso também especialmente visada, recusou imediatamente passar a pagar o seu fornecimento em Rublos, o Chanceler alemão, Olaf Scholz, indicando que os países europeus iriam continuar a pagar em Euros ou em Dólares, conforme "estabelecido nos contratos". Mesmo argumento do lado do executivo francês cujo ministro da economia, Bruno Le Maire, acrescentou ainda que Paris e Berlim "estão a preparar-se" para a eventualidade da interrupção do fornecimento de gás pela Rússia.

Hoje, aludindo igualmente a este possível cenário, a Ministra francesa da transição ecológica, Barbara Pompili, preferiu mostrar-se mais confiante, referindo que "as informações que tinha recebido nos últimos dias e nestas últimas horas, dão a entender que as empresas vão poder continuar a pagar em Euros junto dos bancos russos que, por sua vez, vão converter os seus Euros em Rublos".

A governante considerou ainda que esta decisão de Vladimir Putin é "uma medida de apoio ao Rublo acima de tudo" e que "não é realmente uma medida de retaliação em relação às empresas europeias". Contudo, esclareceu ainda a ministra, "isto não impede os países europeus de trabalhar para serem cada vez menos dependentes das importações russas de gás".

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