Líbano: Legislativas dominadas pela abstenção
Os libaneses foram chamados às urnas este domingo, 15 de Maio, para escolher o próximo governo do país. A taxa de abstenção a rondar os 41% revela a descrença da população na classe política.
Publicado a:
Ouvir - 01:19
A Taxa de abstenção a rondar os 41% não surpreende. Desde o início da crise socioeconómica, em finais de 2019, os libaneses estão menos confiantes na classe política e muitos sunitas não se deslocaram às urnas devido à ausência de Saad Hariri. Este fenómeno foi particularmente sintomático em cidades como Tripoli e Saida.
O dia de eleição fica marcado por um ambiente geralmente calmo, com apenas alguns confrontos fora de Beirute, capital, entre apoiantes de partidos rivais, nomeadamente o shiita Hezbollah/Amal e as Forças Libanesas.
Foram ainda denunciados por monitores das eleições mais de 3.500 casos de irregularidades nas urnas: votos falsificados e alguns eleitores a serem intimidados e forçados a votar em candidatos contra a sua vontade.
Os libaneses têm-se mostrado cada vez mais insatisfeitos com a presença do grupo shiita no país e a sua associação ao Movimento Patriótico Livre, liderado por Michel Aoun e o genro Gebran Bassil, ambos criticados por incompetência e corrupção, terá pesado nos resultados finais.
De acordo com alguma imprensa libanesa, estas legislativas podem vir a revelar a perda de alguns assentos parlamentares por parte do Hezbollah, tradicionalmente dominante no sul, e uma ascendência relativa do partido cristão Forças Libanesas.
Os próximos dias serão dominados pelo rescaldo das eleições e debates parlamentares, com uma nação à espera de reformas significativas para solucionar a crise politica e económica na qual está mergulhada o país.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro