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#Mundo

Situação mundial da fome é “sombria e lúgubre”

O relatório do Índice Global da Fome 2022, publicado esta quinta-feira, revela que a situação mundial da fome é “sombria e lúgubre”. A fome no mundo foi agravada pelo impacto da pandemia de covid-19, pela guerra na Ucrânia e pelas alterações climáticas. Os cinco países com níveis alarmantes de fome são o Iémen, a República Centro-Africana, Madagáscar, República Democrática do Congo e o Chade.

Bebé no hospital Tudikolela (apoiado pela ONG Acção Contra a Fome), na região do Kasai, na República Democrática do Congo. 1 de Maio de 2021.
Bebé no hospital Tudikolela (apoiado pela ONG Acção Contra a Fome), na região do Kasai, na República Democrática do Congo. 1 de Maio de 2021. AFP - ARSENE MPIANA
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O estudo do Índice Global da Fome 2022 prevê que “a situação é susceptível de piorar perante a actual onda de crises globais sobrepostas”, nomeadamente as alterações climáticas, as repercussões económicas da pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, a qual “veio aumentar ainda mais os preços globais dos alimentos, de combustíveis e fertilizantes”.

O relatório explica que “estas crises vêm juntar-se a factores subjacentes, tais como pobreza, desigualdade, governação inadequada, fracas infra-estruturas e baixa produtividade agrícola, que contribuem para a fome e vulnerabilidade crónicas”.

Por isso, os especialistas advertem que “sem uma mudança significativa” existe um potencial de agravamento da situação já em 2023 e não se prevê que o mundo no seu conjunto consiga atingir um nível baixo de fome até 2030, ao contrário do objectivo global de erradicação da fome (que é um dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda de 2030 estabelecidos pela ONU).

A pontuação mais alta de todos os países, correspondente a um nível alarmante de fome, é atribuída ao Iémen (com um índice de 45,1). Seguem-se a República Centro-Africana (44), Madagáscar (38,7), República Democrática do Congo (37,8) e o Chade (37,2). Com níveis de fome previsivelmente alarmantes estão o Burundi, a Somália, o Sudão do Sul e a Síria.

Moçambique aparece com um nível sério de fome, ainda que não tenha apresentado dados suficientes, sendo-lhe atribuído um intervalo de 20 a 34,9 pontos. A Guiné-Bissau também aparece com um nível grave de fome (30,8), assim como Angola (25,9), enquanto Cabo Verde apresenta um nível moderado de fome (11,8). São Tomé e Príncipe não foi incluído no estudo.

O relatório é elaborado anualmente pelas ONG Welthungerhilfe e Concern Worldwide para analisar o estado da fome no mundo. Este ano, a edição chama-se “Transformação dos sistemas alimentares e governação local” e foram identificados “sinais de progresso”, apesar de a situação global ser “sombria e lúgubre”. Entre os “sinais de progresso estão “reduções impressionantes na fome” em vários países, nomeadamente 32 que viram o seu índice de fome diminuir em 50% ou mais. Entre eles está Angola que passou de um índice de 64,9 em 2000 para 25,9 em 2022 (ainda assim considerado grave).

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