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Médio Oriente

Cimeira na Jordânia para reflectir sobre Iraque e crises regionais

A Jordânia acolhe hoje a segunda cimeira dos países árabes com o objectivo central de discutir da situação do Iraque e também abordar as crises vigentes nos restantes países do Médio Oriente. Nesta cimeira que reúne adversários estratégicos como o Irão e a Arábia Saudita, participa também o Presidente Francês, um dos impulsionadores deste encontro.

Entrada principal do Centro de Convenções King Hussein Bin Talal, perto da cidade de Sweimeh, no centro-oeste da Jordânia, no dia 18 de Dezembro de 2022.
Entrada principal do Centro de Convenções King Hussein Bin Talal, perto da cidade de Sweimeh, no centro-oeste da Jordânia, no dia 18 de Dezembro de 2022. © AFP
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A conferência "Bagdad II" decorre nas margens do Mar Morto, a cerca de 50 quilómetros da capital Amman, depois de uma primeira edição em 2021, também por iniciativa de Emmanuel Macron. De acordo com a presidência da França, país muito presente na região, o objectivo desta reunião é "colocar à volta da mesa vizinhos e parceiros do Iraque, no sentido de avançar, favorecendo o diálogo".

O Iraque, considerado um dos epicentros da instabilidade no Médio Oriente, acaba em Outubro de designar um novo Primeiro-ministro, Mohamed Chia al-Soudani, depois de mais de um ano de impasse político num contexto de crise e conflitualidade constantes desde há 20 anos.

O novo chefe do governo iraquiano é considerado próximo do Irão, país representado nesta cimeira e tido como sendo um dos actores importantes das crises vigentes na região, a começar pelo Iraque, mas também na Síria e no Líbano.

O Irão, cuja situação interna, com mais de 3 meses de protestos subsequentes à morte em detenção de uma jovem curda, lhe tem valido ondas de condenações e sanções internacionais, a última das quais por parte da União Europeia nestes últimos dias, está também num impasse no dossier do acordo nuclear de 2015 que tem tentado ressuscitar juntamente com as potências ocidentais.

Antes da cimeira de hoje, o chefe da diplomacia iraniana, Hossein Amir-Abdollahian esteve reunido com o seu homólogo europeu precisamente para abordar este dossier. No final do encontro, Josep Borrel considerou que a cimeira desta terça-feira representa "uma boa oportunidade para o Irão finalizar" estas negociações.

O nuclear iraniano não é contudo a única condicionante da estabilidade regional. A rivalidade entre Teerão e Riade, outro actor regional, também está em cima da mesa. A Arábia Saudita que já não tem relações diplomáticas com o Irão desde 2016, é acusada por Teerão de fomentar a instabilidade no seu território. O Irão contudo diz não fechar as portas a um regresso a relações normais com o seu adversário regional "quando a parte saudita estiver pronta".

Refira-se que para além destes múltiplos contenciosos, a cimeira de hoje deverá ainda abordar as questões de interesse comum, como o aquecimento climático, a segurança alimentar, assim como a cooperação regional, nomeadamente em termos de energia.

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