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Ataque/Myanamar

Myanmar: ataque aéreo da Junta Militar faz dezenas de mortos

A Junta Militar do Myanmar, no poder desde 01 de Fevereiro de 2021, levou a cabo, esta terça-feira, um ataque aéreo numa aldeia, na região de Sagaing, centro do país, que deixou dezenas de vítimas mortais. O balanço total de vítimas poderá chegar a uma centena.

Imagem fornecida pelo Grupo de Activistas Kyunhla mostra as consequências de um ataque aéreo na aldeia de Pazigyi, no município de Kanbalu, região Sagaing. 11 de Abril de 2023.
Imagem fornecida pelo Grupo de Activistas Kyunhla mostra as consequências de um ataque aéreo na aldeia de Pazigyi, no município de Kanbalu, região Sagaing. 11 de Abril de 2023. AP
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O ataque aconteceu no momento em que decorria nesta aldeia uma cerimónia de abertura de um escritório local, ligado à Força de Defesa Popular, uma mílicia anti-golpe considerada como "terrorista" pela Junta Militar no poder. Este grupo de opositores insurge-se, por diversas vezes, contra os militares, em vários pontos do país.

A Junta Militar já confirmou que levou a cabo o ataque, mas não deu conta do número total de vítimas, salientando que algumas das pessoas que perderam a vida eram opositores ao regime militar.

De acordo com um socorrista, ligado à Força de Defesa Popular e ouvido pela AFP, o número de vítimas mortais poderá ultrapassar as 100.

A região de Sagaing, local onde aconteceu o ataque, localiza-se perto da segunda maior cidade do país, Mandalay, que é um dos principais focos de resistência contra o poder e tem sido palco de acérrimos combates nos últimos meses.

Reações ao ataque multplicam-se

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, já reagiu após este ataque e disse estar "horrorizado" devido a esta ação da Junta Militar, salientando que existiam crianças entre as vítimas.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também já condenou o ataque e reiterou "o seu apelo ao exército para acabar com a campanha de violência contra a população".

Por sua vez, um representante norte-americano também disse que os EUA estão "profundamente preocupados" com o ataque, que "sublinha ainda mais o desrespeito do regime pela vida humana".

França também já reagiu publicamente a este ataque. O ministério dos Negócios Estrangeiros focou "a estratégia de violência indiscriminada que a junta de Myanmar infligiu ao povo durante mais de dois anos", acrescentando que Paris "continua a estar resolutamente ao lado do povo de Myanmar".

De salientar que o ataque ocorreu pouco antes das celebrações do ano novo da antiga Birmânia, o Thingyan. A confirmar-se este trágico balanço de vítimas, trata-se de um dos ataques mais mortíferos, desde que a Junta Militar chegou ao poder, em Fevereiro de 2021.

A antiga Birmânia vive um violento conflito entre a Junta Militar e os seus opositores, desde o golpe de Estado de Fevereiro de 2021, que depôs Aung San Suu Kyi, ex-dirigente do país.

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