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Estados Unidos / China

Em Pequim, americanos e chineses relançam o diálogo sobre o clima

O emissário americano para o clima, John Kerry encontra-se desde ontem em Pequim onde permanece até quarta-feira no âmbito de conversações, sem agenda oficial, com os seus homólogos chineses para preparar a próxima cimeira do clima em Novembro no Dubai.

Emissário americano para o clima, John Kerry.
Emissário americano para o clima, John Kerry. REUTERS/Rick Wilking
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Estas conversações entre os representantes dos dois países que são os maiores emissores de gás com efeito de estufa a nível global acontecem num contexto de reaproximação entre essas potências rivais no domínio estratégico e comercial. Recentemente, Pequim recebeu a visita do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, assim como da secretária americana para o tesouro, o que marcou um reatar de um diálogo ainda ténue, mas efectivo.

No seu primeiro dia de contactos com os seus parceiros chineses, John Kerry avistou-se com o seu homólogo chinês Xie Zhenhua para abordar com ele o desafio de reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases prejudiciais para a atmosfera. De acordo com a televisão pública chinesa, este primeiro encontro durou quatro horas.

«As mudanças climáticas são um desafio comum para toda a Humanidade», disse hoje Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa, antes de garantir que o seu país «iria trabalhar com os Estados Unidos para responder aos desafios e melhorar o bem-estar das gerações actuais e futuras».

No mesmo sentido, John Kerry disse esperar que nestes próximos três dias «possam começar a tomar medidas importantes que enviem um sinal ao mundo quanto à seriedade das intenções da China e dos Estados Unidos de fazer face a um risco, uma ameaça, um desafio que implica toda a Humanidade, que os seres humanos criaram eles mesmos».

Após recordar os mais recentes fenómenos climáticos extremos registados pelo mundo fora, nomeadamente na Califórnia ou na China, com altas temperaturas, ou na Coreia do Sul e na Índia com chuvas torrenciais, o emissário americano constatou que «as inundações e as tempestades intensas são mais frequentes do que nunca. Os incêndios devoram milhões de hectares de floresta em cada ano», e exortou Pequim a cooperar com Washington para reduzir as emissões de metano e dos gases resultantes da utilização do carvão.

Nestes últimos tempos, a China comprometeu-se a começar a reduzir o seu consumo de carvão, mas só a partir de 2026, sendo que desde o ano passado, o país conheceu uma aceleração da validação de novos projectos de centrais de carvão.

Nos Estados Unidos, apesar de o executivo democrata se ter comprometido a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa de 50 a 52% até 2030 -isto depois de um interregno durante a era Trump- as energias fósseis continuam a ser importantes.

De acordo com estimativas da EIA (Energy Information Administration), muito embora se antecipe um aumento da produção e consumo das energias renováveis no horizonte 2050, também se prevê que os combustíveis fósseis continuem a representar cerca de dois terços do consumo de energia do país até 2050, contra cerca de 80% em 2022.

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