Turquia: Erdogan discursa em megamanifestação de apoio à Palestina em Istambul
Em Istambul, uma grande manifestação em apoio à Palestina está marcada para este sábado 28 de Outubro, organizada pelo partido do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
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Recep Tayyip Erdogan prometeu não se calar perante aquilo que considera ser um “genocídio”, e um “massacre sem precedentes” – o bombardeamento de civis na Faixa de Gaza.
Depois de vários discursos duros e cada vez mais emotivos esta semana, o presidente turco convocou para este sábado uma grande manifestação em Istambul de apoio à Palestina, onde deverá discursar.
Erdogan sempre foi um dos mais vocais defensores da causa palestiniana, e cortou mesmo relações diplomáticas com Israel por mais de 10 anos, mas tinha ensaiado uma reaproximação ao Estado Judaico nos últimos meses – que está agora totalmente congelada.
Nos primeiros dias do conflito, Erdogan teve um discurso neutro e equidistante, e ofereceu a mediação turca para tentar a libertação de reféns, já que Ancara sempre manteve alguns contactos com o Hamas, mas perante a crescente intensidade da ofensiva israelita sobre Gaza, as críticas a Israel e aos EUA (que Erdogan considera “cúmplice”) cresceram de tom.
Esta semana Erdogan defendeu que aquilo que se está a passar em Gaza ultrapassa em muito a necessidade de defesa de Israel, e que é “uma barbárie sem precedentes”. Erdogan criticou ainda a comunidade internacional, sobretudo os países ocidentais, de se calarem perante a ofensiva, e que isto se deve ao facto de que o sangue agora derramado é “sangue muçulmano”.
Erdogan recuperou a sua retórica sobre a hipocrisia do Ocidente, dizendo que muitos países que se dizem arautos da liberdade de expressão estão agora a censurar notícias da faixa de Gaza, dando apenas destaque a um dos lados, numa atitude que classificou de “fascista”.
Talvez ainda de forma mais polémica, Erdogan disse que o Hamas “não é uma organização terrorista, mas sim um grupo patriótico que defende o seu povo e a Palestina”, e classificou os seus militantes de “mujahids”, ou guerreiros santos.
Os acontecimentos em Gaza estão a acentuar a polarização nas sociedades muçulmanas, com alguns sinais de um crescimento de antissemitismo e radicalização religiosa.
Erdogan irá certamente também reiterar as propostas turcas para resolver a guerra: cessar fogo completo; negociações para assegurar a libertação de todos os reféns; abertura de um corredor humanitário para Gaza, e uma conferência regional para discutir um plano de paz duradouro na Palestina.
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