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Turquia

Turquia: Erdogan discursa em megamanifestação de apoio à Palestina em Istambul

Em Istambul, uma grande manifestação em apoio à Palestina está marcada para este sábado 28 de Outubro, organizada pelo partido do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan. 

President Erdogan holds a sign showing the evolution of lands of Israel and Palestine on maps at his AK party's group meeting in the Turkish Grand National Assembly in Ankara on October 11, 2023.
President Erdogan holds a sign showing the evolution of lands of Israel and Palestine on maps at his AK party's group meeting in the Turkish Grand National Assembly in Ankara on October 11, 2023. AFP - ADEM ALTAN
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Recep Tayyip Erdogan prometeu não se calar perante aquilo que considera ser um “genocídio”, e um “massacre sem precedentes” – o bombardeamento de civis na Faixa de Gaza.

Depois de vários discursos duros e cada vez mais emotivos esta semana, o presidente turco convocou para este sábado uma grande manifestação em Istambul de apoio à Palestina, onde deverá discursar. 

Erdogan sempre foi um dos mais vocais defensores da causa palestiniana, e cortou mesmo relações diplomáticas com Israel por mais de 10 anos, mas tinha ensaiado uma reaproximação ao Estado Judaico nos últimos meses – que está agora totalmente congelada.

Nos primeiros dias do conflito, Erdogan teve um discurso neutro e equidistante, e ofereceu a mediação turca para tentar a libertação de reféns, já que Ancara sempre manteve alguns contactos com o Hamas, mas perante a crescente intensidade da ofensiva israelita sobre Gaza, as críticas a Israel e aos EUA (que Erdogan considera “cúmplice”) cresceram de tom.

Esta semana Erdogan defendeu que aquilo que se está a passar em Gaza ultrapassa em muito a necessidade de defesa de Israel, e que é “uma barbárie sem precedentes”. Erdogan criticou ainda a comunidade internacional, sobretudo os países ocidentais, de se calarem perante a ofensiva, e que isto se deve ao facto de que o sangue agora derramado é “sangue muçulmano”.

Erdogan recuperou a sua retórica sobre a hipocrisia do Ocidente, dizendo que muitos países que se dizem arautos da liberdade de expressão estão agora a censurar notícias da faixa de Gaza, dando apenas destaque a um dos lados, numa atitude que classificou de “fascista”.

Talvez ainda de forma mais polémica, Erdogan disse que o Hamas “não é uma organização terrorista, mas sim um grupo patriótico que defende o seu povo e a Palestina”, e classificou os seus militantes de “mujahids”, ou guerreiros santos.

Os acontecimentos em Gaza estão a acentuar a polarização nas sociedades muçulmanas, com alguns sinais de um crescimento de antissemitismo e radicalização religiosa.

Erdogan irá certamente também reiterar as propostas turcas para resolver a guerra: cessar fogo completo; negociações para assegurar a libertação de todos os reféns; abertura de um corredor humanitário para Gaza, e uma conferência regional para discutir um plano de paz duradouro na Palestina.

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