Comissão Parlamentar Turca ratifica a adesão da Suécia à NATO

A Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento de Ancara aprovou o Protocolo de Adesão da Suécia à NATO, após 19 meses de bloqueio do executivo turco perante o que qualificava de "brandura" de Estocolmo em relação a responsáveis separatistas curdos refugiados no seu território. Ancara entreabriu a porta à adesão da Suécia à Aliança Atlântica mediante uma última condição: a de se avançar para um compromisso com os Estados Unidos para a aquisição de aviões F-16.

Presidente turco, Recep Erdogan, na Hungria no dia 18 de Dezembro de 2023. (foto de ilustração) AP - Denes Erdos

A Suécia está um pouco mais próxima de uma entrada na NATO. Depois do protocolo para a sua adesão ter sido aprovado em comissão, ele foi transmitido para a Assembleia Plenária para a sua validação definitiva, uma formalidade cuja data ainda não foi especificada.

Esta decisão foi imediatamente saudada pelo ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Tobias Billström. "Estamos ansiosos por nos tornarmos membros da NATO", disse o governante, à semelhança do secretário-geral da NATO que também se congratulou com esta evolução. Ao apelar a Turquia e a Hungria, também com reticências no passado, a "concluir o mais rapidamente possível os seus processos de ratificação" sobre a adesão da Suécia, Jens Stoltenberg considerou que "isto vai tornar a NATO mais forte".

Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022, a Suécia e a Finlândia, até então neutras, pediram a sua adesão à NATO. Mas enquanto a Finlândia conseguiu entrar na Aliança Atlântica em Abril deste ano, o processo de adesão da Suécia continuava a ser bloqueado pela Turquia que acusava Estocolmo de proteger responsáveis do PKK, organização que classifica de "terrorista", refugiados na Suécia. Um figurino que mudou, segundo o governo turco que constatou "uma mudança política na Suécia".

Apesar disso, o processo de adesão da Suécia ainda continuava bloqueado no começo do mês, Ancara colocando ainda como condição a possibilidade de adquirir caças F16 junto dos Estados Unidos para modernizar as suas Forças Aéreas. Este dossier estava bloqueado no Congresso Americano devido, nomeadamente, aos contenciosos territoriais entre a Turquia e a Grécia, país que é também membro da NATO.

O gradual restabelecimento do diálogo entre estes dois países e um telefonema entre Joe Biden e o seu homólogo turco em meados de Dezembro terão acabado por ser decisivos para mudar a posição de Erdogan nesta matéria.