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Artes

“O Jardim da Celeste” de Waldir Araújo troca armas por flores em nome da paz na Guiné-Bissau

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Decorre, esta tarde, no Centro Cultural Português em Bissau um encontro com o escritor guineense Waldir Araújo sobre a sua mais recente obra “O Jardim da Celeste”. Um livro que troca as armas por flores em nome da paz e estabilidade da Guiné-Bissau.

Capa do livro "O Jardim da Celeste" de Waldir Araújo.
Capa do livro "O Jardim da Celeste" de Waldir Araújo. © FMM
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Nas palavras de Waldir Araújo, “O Jardim da Celeste” é um “hino ao perdão”, uma invasão de flores em nome da paz e estabilidade de um país que ainda guarda na memória recente as marcas do conflito militar de 1998.

É um jardim muito simbólico que guarda memórias de gente que infelizmente partiu devido ao conflito militar que assolou este país em 1998 e que até hoje deixou marcas na sociedade e em várias famílias guineenses. 

Eu utilizei o título “O Jardim da Celeste” porque o personagem principal chama-se Celeste e, também, pelo facto do título remeter para a nossa memória colectiva de infância do ‘jardim da Celeste’. Todos carregamos uma criança dentro de nós, a criança que já fomos.

A Celeste tinha um grande amor pelas flores, pelo jardim, assim como a filha dela que era uma flor que, infelizmente, morreu durante o deflagrar de uma bomba em 1998, juntamente com o pai.

A Celeste em homenagem à partida destes dois entes queridos transformou o cemitério num jardim.”

A segunda obra de Waldir Araújo foi lançada em Bissau a 27 de Maio. Dia escolhido a dedo pelo escritor, para fazer coincidir com a data da morte do poeta e músico guineense José Carlos Schwarz.

O livro ganhou, no ano passado, o prémio José Carlos Schwarz, atribuído pelo Instituto Guimarães Rosa, que é o Centro Cultural do Brasil na Guiné-Bissau. José Carlos Schwarz é o nome maior da nossa história em termos de poesia, em termos de poesia revolucionária, em termos de música, foi o pioneiro na música moderna guineense mas mais do que isso foi um pensador. 

José Carlos Schwarz foi o homem que cantou e eternizou a epopeia da luta da libertação nacional. (...)  É um privilégio enorme ter vencido um prémio com o nome do José Carlos Schwarz que a 27 de Maio de 1977 morreu num trágico acidente ainda por esclarecer. Foi uma forma singela de homenagear um homem ímpar que nunca mais a Guiné-Bissau terá, em tamanho e dimensão.”

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