“O coração e os pulmões": Francisco Tropa no Museu de Arte Moderna de Paris

A partir de amanhã até ao dia 29 de Janeiro de 2023, o Museu de Arte Moderna de Paris, acolhe a exposição “O coração e os pulmões" de Francisco Tropa.  A primeira grande monografia do artista português uma sala parisiense onde Francisco tropa cruza as referências à Antiguidade, à ciência, tecnologia e até à história de arte.

Exposição “O coração e os pulmões" deFrancisco Tropa no Museu de Arte Moderna de Paris. © François Doury

A partir de amanhã até ao dia 29 de Janeiro de 2023, o Museu de Arte Moderna de Paris, acolhe a exposição “O coração e os pulmões" (“Le poumon et le coeur”, na versão francesa) de Francisco Tropa. A esposição tem a curadoria de Jessica Castex, assistida por Margot Koutsomitis.

A primeira grande monografia do artista português numa sala parisiense, onde Francisco tropa cruza as referências à Antiguidade, à ciência, tecnologia e até à história de arte.

A exposição começa com a Terra, a Lua e o Sol inspirados no O Sonho de Cipião de Cícero.

Exposição “O coração e os pulmões" de Francisco Tropa no Museu de Arte Moderna de Paris. © François Doury

"Reúno aqui uma série de obras que têm uma relação entre elas. Portanto, houve uma escolha feita por mim e pela comissária da exposição [Jessica Castex] para criar uma espécie de frase que faça sentido e, portanto, aqui estão presentes obras que vêm desde 2015 até agora. A parte central é um bocadinho o coração da exposição, é uma obra inédita, é a primeira vez que é mostrada da forma como eu a imaginei. Aqui ela encontra-se na configuração que eu tinha pensado, numa sala sem luz exterior, sem janelas e com o tamanho certo.

Há uma relação entre as obras mesmo sendo de datas ligeiramente diferentes e até de projectos diferentes. A parte central é de um projecto autónomo e as outras vêm de outros projectos que eu fiz. No entanto, foram escolhidas porque há algo que as une e que cria uma espécie de frase, que eu acho, que é facilmente lida por aqueles que a visitam.

Todas as obras estão em movimento, são todas motorizadas e há esta sensação, espero, de estar a passar pelo interior do mecanismo. É essa ideia que coze os retalhos destes trabalhos que aqui estão reunidos. Esta ideia de mecanismo e de arte como um mecanismo que o nosso olhar activa."

“O coração e os pulmões" apresenta-se na sombra ao ritmo das mecânicas, um princípio de repetição que permite ao visitante uma reflexão sobre a extraordinária funcionalidade do corpo humano.

“Esta parte central que se chama "O coração e os pulmões" é constituída por quatro elementos simbólicos e cada um deles tem um nome. Os nomes são importantes porque dão pistas para a leitura dos elementos e para as suas relações e dão pistas para que o visitante consiga construir relações que não são só visuais. 

Portanto, esses elementos são "paliçada" que são estes dois elementos que constroem um espaço; "polícia", estas duas figuras que estão numa espécie de um pedestal e que têm estas cabeças em cerâmica que rodam de maneira intermitente e aleatória.

Depois, há esta figura que se chama "candeeiro", um candeeiro a gás que é também figura antropomórfica, é uma espécie de porta-estandarte que tem suspenso uma espécie de uns braços que se abrem onde estão posters de imagiologia médica. Por fim, há estes "iscos" que eu chamei iscos de caça em português, iscos de caça grossa. São pedaços de carne feitos em bronze e pintados. Têm esta função de apanhar o olhar, são iscos para para o olhar."

Está patente a partir de amanhã e até ao final de janeiro a exposição “O coração e os pulmões" de Francisco Tropa, no Museu de Arte Moderna de Paris e integra a programação da Temporada Cruzada Portugal-França.