O Brasil celebra hoje o bicentenário da sua declaração de independência em 1822 pelo então príncipe regente da colónia portuguesa, Dom Pedro. Além dos desfiles militares tradicionais de 7 de setembro, uma importante programação cultural marca o evento, como a reabertura ao publico do Museu do Ipiranga em São Paulo. O nosso correspondente, Pierre Le Duff, entrevistou o director do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, António Carlos Juca de Sampaio.
Estudantes e investigadores do projecto República, um núcleo da Universidade Federal de Minas Gerais dedicado à memória, contam episódios da guerra de independência.
O camião-museu do bicentenário, na estrada pelo Brasil ao longo deste ano, estacionou durante três dias no pátio duma escola no conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro.
Christian Henrique é um dos pesquisadores do projecto República. Ele guia os visitantes na exposição que destaca os diferentes projetos de independência, e as batalhas que marcaram o processo de emancipação:
O camião-museu é apenas um dos vários projectos e manifestações organizadas em todo o país para comemorar o bicentenário.
No Rio de Janeiro, foi reinaugurada a fachada do Palácio de São Cristóvão, residência oficial da família real portuguesa e da família imperial brasileira.
Hoje abriga o Museu Nacional, que há quatro anos perdeu 85% do seu acervo num incêndio. A RFI avistou-se com o director do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, António Carlos Juca de Sampaio.
Ele é também membro do grupo de pesquisa Antigo Regime nos Trópicos, que aborda as características do período colonial no Brasil.
Segundo ele, o bicentenário é uma oportunidade para os Brasileiros conhecerem essa história, além do simbólico ‘Grito do Ipiranga’ pelo qual o príncipe regente Dom Pedro rompeu as relações metrópole-colónia
Em 1808, a Corte portuguesa tinha-se transferido para o Brasil, tornando o Rio de Janeiro na capital do império. A declaração de independência foi uma reacção das elites brasileiras às intenções políticas das Cortes Portuguesas, assembleia formada durante a Revolução Liberal do Porto
O projecto político conservador desenhado pelas elites brasileiras venceu no processo de independência, e isso tem consequências até nas estruturas sociais do Brasil de hoje.
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