Congresso MPLA :João Lourenço quer corrigir injustiças
No decurso da abertura do sétimo Congresso Extraordinário do MPLA sob o lema "MPLA e os Novos Desafios" , o presidente do partido no poder e chefe de Estado de Angola, João Lourenço realçou o esforço levado a cabo para encetar a reconstrução do país, assim como os problemas levantados pela dívida pública angolana, segundo ele, agravada pela corrupção que dominou a vida política nacional nas últimas décadas. Mais pormenores com o nosso correspondente Daniel Frederico.
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O Presidente João Lourenço realizou o seu primeiro congresso, como líder do MPLA, sem a participação de José Eduardo dos Santos, qui chefiou o partido no poder em Angola, desde 1979, após a morte de Agostinho Neto,
No seu discurso de abertura do VII Congresso Extraordinário do MPLA, Lourenço lamentou a ausência de José Eduardo dos Santos, destacando o seu contributo para a direcção do partido durante 39 anos, mas criticou também,os que ameaçam o MPLA e fazem chantagens.
O líder do MPLA sublinhou diante do conclave a necessidade de fazer respeitar a Constituição e a Lei, sobretudo os dirigentes, que devem ser os primeiros a cumpri-la, para que, com o seu exemplo, eduquem toda a sociedade, exortando o respeito pelo bem público.
Dirigindo-se em particular aos 134 novos membros do Comite Central,que de agora em diante passa a contar com 497 dirigentes,João Lourenço destacou igualmente a necessidade de todos responsáveis prestarem contas, sobre a maneira como gerem o erário público.
Fazendo alusão ao enriquecimento ilícito e ao problema da dívida pública angolana, o presidente do MPLA frisou que não era aceitável, que se tenha chegado ao ponto de colocar a Sonangol e a Sodiam a financiar negócios privados, como se fossem instituições de crédito.
João Lourenço insistiu no imperativo da luta contra a corrupção, na abertura de Angola ao mundo, bem como urgência de controlar a dívida pública, avaliada em cerca de 63% do PIB angolano.
A dívida pública,serviu também para financiar o enriquecimento ilícito de uma elite restrita,selecionada na base do parentesco, do amiguismo e do compadrio, que construiu conglomerados empresariais com esses dinheiros públicos, denunciou João Lourenço.
Por cada dólar empregue no serviço da dívida, o Estado angolano está também a pagar o investimento,dito privado, na banca, na telefonia móvel, nos media, nos diamantes, na joalharia, nos grandes centros comerciais, na indústria de materiais de construção e noutros sectores que beneficiaram de dinheiro público, disse ele, denunciando comportamentos pouco transparentes, ocorridos durante a administração do seu antecessor.
Diante dos 2.570 delegados presentes no VII Congresso Extraordinário do MPLA, João Lourenço considerou que esta situação de injustiça deve ser corrigida.
João Lourenço, Presidente do MPLA 15 06 2019l
Se o País conseguir inverter a situação de injustiça atrás referida, batalha que ,de acordo João Lourenço, não está ganha, Angola com estes e outros recursos poderá combater melhor a pobreza e edificar uma classe média com um nível de vida aceitável.
O líder do MPLA e Presidente de Angola, João Lourenço, apelou tambem a equipa económica governamental para avaliar o momento propício destinado à implementação do Imposto sobre Valor Acrescentado ( IVA ), após o adiamento do prazo para Outubro.
Por ser uma novidade na nossa economia, a introdução do IVA será um processo a implementar de forma gradual e faseada, se tivermos em conta que o seu sucesso depende em muito da capacidade que as empresas terão a partir de agora na organização da sua contabilidade, frisou o líder do partido governante.
A estratégia para as primeiras eleições autárquicas angolanas, previstas para 2020, e o alargamento do Comité Central do partido de 363 para 497 membros marcaram, os trabalhos do 7.º Congresso Extraordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola ( MPLA ) sob o lema MPLA e os Novos Desafios, realizado, sábado, no Futungo de Belas, em Luanda.
Reagindo a intervenção do presidente do MPLA no 7° Congresso Extraordinário do Futungo de Belas, o secretário-geral da UNITA,primeira força da oposição angolana, Franco Marcolino Nhani , afirmou , em declarações à agência Lusa, esperar que o partido, no poder, não fique pelas declarações de intenções.
Franco Marcolino Nhani, Secretário-geral da Unita 15 06 2019
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