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Líbia/Repatriação

França retira da Líbia centenas de franceses e estrangeiros

O governo francês fretou três aviões militares para repatriar seus cidadãos que se encontravam no país árabe, além de dezenas de pessoas de outros países. Duas aeronaves pousaram na madrugada desta quarta-feira no aeroporto internacional Charles de Gaulle, em Paris.

Pessoas aguardavam, nesta terça-feira, dentro do aeroporto de Tripoli, para poder deixar a Líbia.
Pessoas aguardavam, nesta terça-feira, dentro do aeroporto de Tripoli, para poder deixar a Líbia. REUTERS/Stringer
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Segundo o Ministério das Relações Internacionais da França, o governo retirou da Líbia 335 franceses e 56 estrangeiros, na noite de terça-feira, a bordo de dois aviões da Aeronáutica. Um terceiro voo está previsto para esta quarta-feira.

A comunidade francesa na Líbia era estimada em 750 cidadãos. A maioria dos franceses que deixaram o país é de famílias, com um grande número de crianças. Ouvidos pela imprensa na chegada ao aeroporto internacional em Paris, eles confirmaram que o clima na Líbia é de pânico e violência.

Muitos deles estavam chocados e se disseram muito preocupados com os amigos e parentes que ficaram. "Vai haver uma carnificina", disse um dos entrevistados, muito abalado. Outros contaram que ficaram em suas casas até a confirmação dos voos e que nas últimas noites ouviam tiros e explosões nas ruas.

Nesta terça-feira, Alemanha e Holanda também enviaram aviões militares à Líbia para repatriar diplomatas, empregados de multinacionais e turistas. A Grã-Bretanha prometeu enviar um avião e um barco da Marinha.

Países do sul da Ásia também organizam a retirada de seus cidadãos. Centenas de trabalhadores asiáticos que ocupam, em sua maioria, postos de trabalho na construção civil, devem ser enviados de volta a seus países.

A Índia afirmou estar preparando uma grande operação de repatriação por aviões e barcos. Segundo autoridades locais, cerca de 18 mil indianos vivem atuamente na Líbia, sendo três mil na cidade de Benghazi, epicentro dos protestos contra o regime do coronel Muammar Kadafi.

Empresas brasileiras na Líbia organizam retirada de funcionários

Entre 500 e 600 brasileiros vivem na Líbia, segundo o Itamaraty. Desde sábado, a construtora Queiroz Galvão reuniu seus 180 funcionários, 150 deles brasileiros, em dois pontos em Benghazi. As famílias foram levadas para a casa do diretor da empresa no país e o restante do grupo está em um hotel.

Para levar os estrangeiros até a capital Tripoli e de lá possibilitar a saída deles do país, a empresa chegou a fretar um avião, mas não foi possível autorizar o pouso e a decolagem da aeronave. A pista estaria danificada.

Nesta terça-feira, a embaixada do Brasil em Atenas, na Grécia, entrou no circuito das negociações de repatriação e tenta enviar uma embarcação que buscaria os brasileiros em Benghazi para levá-los até Malta, no Mar Mediterrâneo. Mas, até o final da tarde desta quarta-feira, não teria sido possível providenciar o navio.

Outras empresas também têm projetos na Líbia. Nesta terça-feira, a Petrobrás informou que tem sete empregados brasileiros no país e que há a possibilidade de eles retornarem. Mas a empresa não diz onde nem em que condições eles estão.

A Odebrecht tem cinco mil trabalhadores no país, 187 deles são brasileiros. A construtora informou que deu início à repatriação de todos os funcionários por meio de voos de carreira e aviões fretados. Não há informações de incidentes envolvendo brasileiros. A Andrade Gutierrez também tem funcionários na Líbia.

Colaborou para a reportagem Cris Vieira.
 

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