Moçambique: deslocados de Cabo Delgado de regresso a casa

Cabo Delgado, Moçambique – Muitas pessoas que fugiram dos ataques e da ameaça terrorista na província de Cabo Delgado preferem regressar às suas zonas de proveniência. Em causa, justificam, está a falta de apoios por parte das autoridades do distrito de Eráti em Nampula.  

Famílias deslocadas em Cabo Delgado. 14 de Junho de 2022. AFP - ALFREDO ZUNIGA

O drama humanitário provocado pelos últimos ataques ao posto administrativo de Mazeze em Cabo Delgado levou a que milhares de famílias se refugiassem em Eráti na província de Nampula … 

Já fora da zona de perigo, queixam-se da falta de apoios por parte das autoridades locais,  Abudo Amide dá voz a (sua) preocupação: 

"Antes de ontem que eu cheguei aqui, não tenho alimentação, estou a ver que o sofrimento é maior. É preferível poder voltar" 

O regresso às suas zonas de origem é uma possibilidade sustentada por Muhai Sualé:

"Nem pelo menos (rede) mosquiteiro, conhecem o abandono de uma guerra , não levamos nem sequer nada por isso aqui estamos a sofrer muito." 

Os deslocados queixam-se também de estar a ser alvo de extorsão por parte dos transportadores. Já o presidente  Associação dos Transportadores Rodoviários de Nampula Luis Vasconcelos, deixa uma palavra: 

"Pedimos a todos os transportadores a serem solidários com assuntos do terrorismo em Cabo Delgado e praticarem aquela tarifa que é de lei." 

Estão em Nampula mais de 20 mil deslocados. A ASTRA ( Associação dos Transportadores Rodoviários) promete retirar a licença aos transportadores que praticarem preços não aprovados pelo governo.