Angola: morte de dirigente de associação LGBT cria consternação
Luanda – Carlos Fernandes foi encontrado morto em Luanda, em sua casa, em circunstâncias por esclarecer a 26 de Fevereiro. O presidente da associação Irís Angola, de defesa da comunidade LGBT, vai a sepultar nesta quinta-feira na capital angolana, no Cemitério de Benfica. O organismo que ele liderou promete honrar o seu legado e procura apoiar os familiares que organizam a cerimónia fúnebre.
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Na rede social Facebook da organização Irís Angola presta-se homenagem a Carlos Fernandes, apelando à solidariedade para se custearem as despesas do funeral após o seu cadáver ter sido encontrado em casa em Luanda nesta segunda-feira.
Carlos foi um líder inspirador e um incansável defensor dos direitos LGBTQIAP+ em Angola, cujo trabalho deixou um impacto profundo na nossa comunidade.
Carlos dedicou sua vida a lutar pela justiça social e pela igualdade, e agora é nosso dever honrar sua memória e oferecer-lhe uma despedida digna. No entanto, as despesas associadas às exéquias e ao funeral são significativas, e é por isso que estamos recorrendo à sua solidariedade e apoio neste momento difícil.
A polícia continua a investigar o ocorrido, uma autópsia deveria ser realizada.
A meados do mês um advogado homossexual foi encontrado morto por asfixia, com suspeitas de um crime passional a serem levantadas.
Maura Gomes, directora financeira da Irís Angola, descarta assumir qualquer pista sobre se a morte de Carlos Fernandes, com 41 anos, se ficou a dever a homofobia ou qualquer outro motivo, ainda por esclarecer, mas promete continuar o seu legado junto da comunidade de lésbicas, gays, bisseuxais e transexuais em Angola.
"Será a partir das 10 horas no Cemitério de Benfica. Estamos a receber alguma ajuda de algumas instituições e de alguns doadores, é a família que está a tratar. A polícia continua a investigar. Estamos à espera do pronunciamento da polícia sobre a questão da investigação e também da autópsia. É um momento delicado para nós principalmente na área administrativa. Temos de seguir com o trabalho, com o legado que ele deixou. Vamos dar continuidade, mas ainda estamos a dar apoio aos familiares. Nós como colegas, foi nosso líder, estamos a dar suporte aos familiares. "
Interrogada sobre se a morte de Carlos Fernandes se dever a homofobia Maura Gomes descarta especular, nesta fase, sobre as causas da morte.
Ela admite, porém, a violência contra esta comunidade: "violências físicas, emocionais e psicológicas".
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