Cabo Verde: Relatório da Freedom House divide Governo e oposição
Pelo segundo ano consecutivo a Freedom House considerou Cabo Verde como o país mais livre da África. O governo mostrou-se satisfeito com a distinção, todavia o principal partido de oposição diz que o arquipélago ainda tem um longo caminho a percorrer.
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O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, congratula-se com o facto de o país ter sido reconhecido, pelo segundo ano consecutivo, pela Freedom House, como o país mais livre da África. O maior partido da oposição, PAICV, também está satisfeito, mas sublinha que o arquipélago ainda tem um longo caminho a percorrer na melhoria das liberdades e direitos sociais.
Ulisses Correia e Silva sublinha que se trata de uma boa notícia, num momento em que, no mundo, há democracias que estão a ser atacadas.
É um bom apontamento, um bom posicionamento da Cabo Verde, que pela segunda vez, segundo ano consecutivo, se posiciona como o país mais livre de África.
Neste mundo conturbado em que as democracias, muitas delas, sofrem ataques ou corrosão, é bom saber que Cabo Verde se destaca.
Aliás é um dos nossos activos posicionar Cabo Verde como um país não só de democracia, de referência, de boa governança e de baixo nível de corrupção, porque esses são os nossos "ouros e diamantes", aos quais nos distinguimos nos conselhos das nações.
Aquilo que nós temos de continuar a fazer é proteger, cuidar e aprimorar esses valores que são muito importantes para o desenvolvimento”.
O primeiro-ministro ressaltou, ainda, que esse reconhecimento é um dos activos do país ao se posicionar no cenário internacional como uma nação de referência em termos de valores democráticos e transparência.
O maior partido da oposição, também, se congratula com o facto de Cabo Verde ter sido reconhecido, pelo segundo ano consecutivo pela Freedom House, como o país mais livre da África, mas o presidente do PAICV, Rui Semedo, ressalva que Cabo Verde deve primar igualmente por outras liberdades e não somente os direitos políticos
Precisamos combater a pobreza, porque a liberdade não tem de ser apenas política, tem que ser no acesso aos meios e serviços.
Precisamos combater todas as desigualdades, é preciso melhorar o acesso ao emprego, principalmente o emprego jovem e precisamos eliminar a descriminação no tratamento das pessoas e das empresas.
Num relatório publicado esta semana, a Freedom House destaca que, de um modo geral, “a liberdade em África diminuiu pelo décimo ano consecutivo em 2023, devido a conflitos armados, golpes militares e irregularidades eleitorais”
Cabo Verde, em primeiro, e São Tomé e Príncipe, em terceiro, estão entre os países mais bem classificados em África no respeito pelos direitos políticos e liberdades civis. Angola e a Guiné Equatorial são classificados como “não livres”, a Guiné-Bissau e Moçambique como “parcialmente livres”.
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