Angola afirma que Kagame está disponível para encontrar Tshisekedi

O Presidente angolano, João Lourenço, recebeu nesta segunda-feira, 11 de Março, o chefe de Estado do Ruanda para debaterem a situação política no leste da RDC. No final do encontro, o ministro angolano das Relações exteriores, Téte António, afirmou que Paul kagame está disponível para se voltar a encontrar com Félix Tshisekedi.

O Presidente do Ruanda, Paul Kagame está disponível para se voltar a encontrar com o homólogo da RDC, Félix Tshisekedi. © Jorge Nsimba AFP montage RFI

O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, referiu à imprensa que “ficou acordado que o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, aceita voltar a encontrar-se com o Presidente Tshisekedi. A data será avançada pelo mediador”, o chefe de Estado de Angola, João Lourenço.

O ministro angolano teve, no entanto, o cuidado de especificar que cada uma das delegações terá ainda de “trabalhar nesta fase”. Todavia, a presidência do Ruada não confirma essa disponibilidade, embora tenha avançado nas redes sociais que “os chefes de Estado concordaram sobre as principais medidas a serem tomadas para enfrentar as causas profundas do conflito”.

De acordo com o responsável pela diplomacia angolana, Félix Tshisekedi teria dado o acordo de princípio para se encontrar com o seu homólogo ruandês.

Paul Kagame e Felix Tshisekedi encontraram-se no dia 16 de Fevereiro, em Adis Abeba, à margem da cimeira da UA, numa mini-cimeira que analisou a situação no leste da RDC, mas que terminou sem que os dois homens se entendessem. No dia seguinte, o Presidente João Lourenço recebeu separadamente os dois homólogos sem prestar quaisquer declarações à imprensa.

Recentemente os confrontos intensificaram-se no leste da RDC, depois de em 2021 o M23 -grupo rebelde predominantemente Tutsi- ter voltado a pegar nas armas com o apoio do exército ruandês, conquistando grandes áreas do Kivu do Norte, uma província fronteiriça de quase 60.000 km2 entre o Ruanda e Uganda.

Na semana passada, as Nações Unidas avançaram que mais de 100 mil pessoas foram deslocadas por estes combates. No final de 2023, a ONU estimou que quase sete milhões de pessoas estavam deslocadas na RDC, incluindo 2,5 milhões só no Kivu do Norte. Centenas de milhares de pessoas estão concentradas em campos nos arredores de Goma, a capital da província.