Cabo Verde quer ser "ponte" fora de África na Área de Livre Comércio Africana
Cabo Verde é um dos mais de quarenta países africanos, que já ratificaram o acordo de livre comércio no continente - ALCCA - que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2020 e pretende ser "ponte" para países fora de África.
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Este acordo assinado por 54 países do continente com excepção da Eritreia, pretende eliminar ou reduzir as tarifas alfandegárias na maior parte dos bens, facilitar o movimento de pessoas e de capital, promover o investimento no continente e preparar o estabelecimento de uma união aduaneira em África.
O economista, José Agnelo Sanches, explicou em entrevista à televisão pública cabo-verdiana que a Área de Livre Comércio Continental Africana - ALCCA - que deverá estar completamente operacional em 2030 é muito mais do que um acordo de comércio.
“A zona prevê também um acordo de medidas, de convergências macroeconómicas para ser um bloco económico. O certo é que isso vai exigir dos países aderentes reformas estruturais que não estão em condições de fazer agora, porque por enquanto estão a fazer face à recessão provocada pela crise da covid-19”.
O economista apontou que o problema de transporte entre os países africanos têm de ser resolvido, para permitir a mobilidade de bens e pessoas e Cabo Verde, por ser um país insular e pequeno pode servir de ponte na zona de livre comércio no continente com os países fora de África
“Ter a estratégia de estar na CEDEAO, ter a CPLP, onde nós estamos com o Brasil e Portugal, ter o acordo de AGOA temos que ter uma estratégia convergente para aproveitarmos tudo isso num contexto até da CEDEAO e sermos um país ponte, por exemplo”.
Odair Santos, correspondente em Cabo Verde 4/01/2021
Segundo as previsões da Comissão Económica das Nações Unidas para África, a Área de Livre Comércio Continental Africana - ALCCA - vai duplicar de 15% para 30%, o volume dos bens transacionados no continente até 2040.
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