Cabo Verde defende plano marroquino de autonomia para o Saara Ocidental

Cabo Verde inaugurou esta semana um consulado em Dakhla, no Saara ocidental. A proposta marroquina de uma “larga autonomia" para o Saara Ocidental seria a solução política mais justa para corrigir o que o chefe da diplomacia cabo-verdiana qualificou como “erro histórico” da antiga Organização da Unidade Africana, OUA, em reconhecer a chamada República Árabe Saaráui Democrática, RASD, como seu Estado membro.

Rui Figueiredo Soares é o novo chefe da diplomacia de Cabo Verde © Lusa

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares, defendeu que a proposta marroquina de uma "larga autonomia" para o Saara Ocidental é uma solução justa para o diferendo.

“Nós estamos aqui a seguir uma linha muito coerente em termos do posicionamento quanto à questão do Saara Ocidental. Há vários anos Cabo Verde tinha procedido à suspensão do conhecimento da RASD. Nós agora estamos a tomar uma decisão soberana em termos de estabelecimento de relações com Marrocos.

“Marrocos apresentou um plano de autonomia para a região que também está a ser discutido ao nível das Nações Unidas, que é um plano credível, e pensamos que os países, sendo soberanos, devem tomar a cada momento, a cada altura da sua vida e das suas relações externas, as medidas que sejam adequadas para enfrentar os desafios que têm pela frente.”

“Pensamos que Marrocos constitui um país que nos dá confiança, um país que esta na via do reforço da própria democracia, das eleições, do próprio funcionamento do estado de direito. Entendemos que a proposta feita é uma proposta credível que pode levar à solução deste diferendo existente no Saara Ocidental.”

Ouça aqui a correspondência de Odair Santos, correspondente em Cabo Verde.

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Correspondência de Odair Santos, 02/09/2022