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União Europeia/Sanções

União Europeia aprova sanções contra China e Myanmar

A União Europeia aprovou, esta segunda-feira, em Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, uma nova leva de sanções contra a China e Myanmar, por violações dos direitos humanos. Pequim já reagiu sancionando dez personalidades europeias.

A União Europeia aprovou, esta segunda-feira, em Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, uma nova leva de sanções contra a China e Myanmar, por violações dos direitos humanos.
A União Europeia aprovou, esta segunda-feira, em Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, uma nova leva de sanções contra a China e Myanmar, por violações dos direitos humanos. AFP - STR
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Bruxelas impôs hoje medidas restritivas contra 11 pessoas que considera responsáveis pelo golpe militar de 01 de Fevereiro em Myanmar (antiga Birmânia), entre os quais o chefe da junta militar, o general Min Aung Hlaing.

Sanções foram igualmente aprovadas contra quatro dirigentes da região chinesa de Xinjiang por violação dos direitos humanos contra a minoria muçulmana uígure. Em causa estão denúncias de trabalho forçado, tortura e detenção nos chamados centros de reeducação.

As sanções decretadas pelos 27 são nominativas, direccionadas e consistem na proibição de viajar para ou pela UE e num congelamento dos seus bens e recursos.

Pequim já região a este anúncio e respondeu, na mesma moeda, contra o que considera ser uma inaceitável intromissão da União Europeia nos seus assuntos internos.

A China anunciou hoje sanções contra dez personalidades europeias, incluindo eurodeputados implicados na defesa dos uigures, minoria muçulmana do Xinjiang.

Pequim não perdeu tempo, o anúncio ocorreu escassas horas após quatro dirigentes da região chinesa do Xinjiang terem sido alvo de sanções europeias por violaçãos dos direitos dos uigures.

Constam do leque de dez personalidades visadas por Pequim os eurodeputados francês Raphaël Glucksmann e alemão Adrian Zenz, presidente da Delegação das relações com a China no Parlamento europeu.

Os visados, e respectivas famílias, visam agora proibidas de entrar na China, mas também nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e de Macau.

Maria Matias é eurodeputada portuguesa do Bloco de esquerda. Ela alega que a China lida mal com a crítica, mas que também a União Europeia é algo selectiva quanto à aplicação de sanções.

02:35

Marisa Matias, eurodeputada portuguesa (Bloco de esquerda), 22/3/2021

"A China lida muito mal com a crítica. É evidente que temos também de ter uma perspectiva crítica em relação aos mecanismos sancionatórios da União Europeia. 

Muitas vezes eles acabam por afectar mais as populações do que propriamente os que são visados, mas é verdade que aquilo que se está a passar com as comunidades uigures  é uma violação dos direitos humanos", comentou Marisa Matias.

A eurodeputada portuguesa do Bloco de esquerda afirmou ainda que "a União Europeia tem um comportamento muito hipócrita em relação a estas coisas. Para mim é evidente que quer as autoridades chinesas, quer da [ex] Birmânia estão a ter um comportamento de genocídio em relação aos uigures. É evidente também que temos de tomar medidas (...) Agora, em relação às relações da União Europeia com a China há casos em que os direitos humanos contam, há outros em que não contam. E, portanto, também há aqui uma apropriação, no mínimo, contraditória em relação às sanções."

Entretanto, os chefes da diplomacia europeia finalizam esta segunda-feira as recomendações para a cimeira de 25 e 26 de Março e nesse documento devem constar as discussões sobre a Turquia, uma relação tensa e conflituosa, mas pautada pelo fantasma de Ancara ser um parceiro importante no caso dos refugiados.  

 

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