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Gaza/Israel

Gaza/Israel: União Europeia denuncia o uso da fome "como arma de guerra"

A comunidade internacional multiplica formas de enviar ajuda à população de Gaza à beira da fome e continuamente debaixo dos bombardeamentos de Israel. Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, denuncia o uso da fome "como arma de guerra".

A comunidade internacional multiplica formas de enviar ajuda à população de Gaza à beira da fome e continuamente debaixo dos bombardeamentos de Israel.
A comunidade internacional multiplica formas de enviar ajuda à população de Gaza à beira da fome e continuamente debaixo dos bombardeamentos de Israel. AP - Mahmoud Essa
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Sem trégua ou cessar-fogo à vista e com a ajuda por via terrestre, controlada por Israel, a entrar em Gaza a conta-gotas, vários países e a União Europeia decidiram optar por vias alternativas, mar e ar, para fazer chegar a ajuda à população de Gaza à beira da fome.

O navio da ong Open Arms partiu esta manhã do Chipre, do porto de Lacarna,  a cerca de 370 quilómetros de Gaza, mas deve demorar "vários dias" para chegar ao largo do enclave. O barco transporta cerca de 200 toneladas de alimentos, arroz, farinha e conservas para a população. Sob bloqueio terrestre, aéreo e marítimo israelita há dezasseis anos, Gaza não possui nenhum porto, o que vai dificultar a operação logística de desembarque do navio humanitário. 

Os alimentos transportados pelo Open Arms suscitam de tal forma esperança para os habitantes de Gaza, que alguns se encontram desde domingo na praia, no sul da cidade de Gaza, à espera do navio. 

Paralelamente, vários países continuam a lançar pára-quedas com pacotes alimentares sobre Gaza. É uma corrida contra o tempo para evitar a fome que ameaça os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza. A ONU lembra contudo que estas operações, com logística complexa, "não podem substituir a via terrestre”.

Na Faixa de Gaza, a situação é caótica. Além dos bombardeamentos constantes de Israel, o colapso da autoridade do Hamas abre caminho para a anarquia. Neste momento, há relatos de gangues que assumem o controlo dos pacotes alimentares lançados de pára-quedas e vendem-nos a preços elevados à população.

Nas últimas 24 horas, pelo menos 88 pessoas morreram nos bombardeamentos israelitas, que atingiram principalmente o sul da Faixa de Gaza, indicou esta quarta-feira o Ministério da Saúde do Hamas.

No sexto mês da guerra desencadeada por um ataque sangrento do Hamas contra Israel, o número de mortos continua a aumentar em Gaza, com 31.272 mortos, na maioria civis, desde 07 de Outubro, e a situação humanitária continua a piorar, com a ONU a alertar para um cenário de "fome generalizada".

Segundo a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), foram mortas mais crianças na Faixa de Gaza em quatro meses de guerra com Israel do que em quatro anos de conflitos em todo o mundo. 

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