Filipinas: Filho do antigo ditador Marcos vence presidenciais

Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, venceu as eleições presidenciais nas Filipinas. Com 90% da votação apurada, Marcos Júnior conta com mais de 30 milhões de votos, mais do dobro que a sua rival. 

Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, venceu as eleições presidenciais nas Filipinas. AP - Aaron Favila

De acordo com uma primeira contagem de votos, "Bongbong" Marcos, como é conhecido, obteve uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais. Os resultados oficiais definitivos deverão demorar semanas a serem publicados.

Com 90% da votação apurada, Ferdinand Marcos Júnior conta com mais de 30 milhões de votos, mais do dobro que a sua principal rival, Leni Robredo, que é a actual vice-presidente do país.

Ontem à noite, na sede de campanha, já depois de conhecidos os resultados provisórios, o candidato de 64 anos dirigiu-se ao país, sem reclamar vitória, Marcos Júnior agradeceu aos apoiantes pelos meses de "sacrifício e trabalho” e pediu calma “até que a contagem dos votos atinja os 100%, para nessa altura poderem celebrar”.

A vitória do filho do antigo ditador acontece depois de uma campanha marcada pela desinformação e pelo forte apoio do presidente autoritário cessante Rodrigo Duterte, que continua a gozar de uma forte popularidade.

Desde há anos, que contas pró-Marcos Júnior têm vindo a proliferar nas redes sociais, dando a ideia aos mais jovens de que os mais de 20 anos do regime do seu pai (1965-1986) foram uma era dourada de paz e prosperidade nas Filipinas. Além de remeter ao silêncio as informações sobre os milhares de opositores detidos, torturados e mortos, e das somas avultadas de dinheiro roubadas dos cofres do país pelo clã Marcos, para seu enriquecimento pessoal.

Ferdinand Marcos foi deposto em 1986, após uma revolução popular pacífica. O antigo Presidente das Filipinas morreu em 1989, no Havai.

Ferdinand Marcos Júnior substituirá no cargo o controverso Rodrigo Duterte, por um único mandato de seis anos, para o qual prometeu restabelecer a “unidade” do país.