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Turquia: violência terrorista voltou às ruas de Ancara

Dois polícias feridos em atentado terrorista na capital turca. Atentado ainda não foi reivindicado, mas deverá estar ligado aos separatistas curdos. 

Elementos das forças polícias especiais turcas no perímetro de segurança do ministério do Interior.
Elementos das forças polícias especiais turcas no perímetro de segurança do ministério do Interior. AFP - ADEM ALTAN
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Sete anos após o último atentado em Ancara, o espectro da violência terrorista voltou às ruas da capital turca. Esta manhã, às 09h30 em Ancara, 07h30 em Lisboa, dois homens saíram de uma carrinha em frente à Direcção Geral de Segurança do Ministério dos Assuntos Internos, em plena avenida Ataturk, no centro da capital, e dirigiram-se a correr para a entrada daquele bem guardado edifício. Um deles, que teria um colete de explosivos, fez-se explodir, enquanto o outro, armado com uma metralhadora e um lança-granadas, foi prontamente abatido pelas forças de segurança que estavam no local. Dois polícias ficaram feridos, um com alguma gravidade. Aquela hora da manhã não havia praticamente trânsito nem transeuntes naquela artéria, o que terá evitado um balanço mais grave.

O atentado ocorreu perto do parlamento, onde o presidente turco Recep Tayyip Erogan está a presidir esta tarde à abertura do novo ano legislativo na Assembleia Nacional, após o recesso do Verão. As autoridades selaram a área durante várias horas e vasculharam todo o quarteirão, onde existem diversos ministérios e edifícios do Estado, tendo realizado diversas explosões controladas de pacotes e sacos não identificados encontrados nas imediações.

O atentado ainda não foi reivindicado, mas o mais provável é que tenha sido cometido por separatistas curdos. O lança-granadas usado pelos terroristas era de fabrico russo, e é muito utilizado na Síria, incluindo pelas milícias curdas sírias do YPG, que Ancara diz ser um braço do PKK, Partido dos Trabalhadores do Curdistão, um grupo terrorista separatista curdo que luta há décadas contra o regime de Ancara.

As autoridades turcas anunciaram, entretanto, a proibição de publicar informações sobre o atentado, ao abrigo de uma lei aprovada no ano passado, que permite interditar a distribuição de notícias sobre eventos, para impedir a disseminação de informação falsa.

Erdogan deixa aviso à UE e aos "terroristas" após um atentado no coração de Ancara.

Entretanto, no parlamento, na abertura do novo ano legislativo na Assembleia Nacional, algumas horas após o atentado suicida não reivindicado, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, fez um aviso aos "terroristas" e à União Europeia, que "desde há 40 anos o faz esperar".

"A Turquia já não espera mais nada da União Europeia, que há 40 anos nos faz esperar à porta", afirmou o chefe de Estado durante a sessão inaugural do Parlamento. Acrescentando que Ancara já cumpriu "todas as promessas feitas à UE, mas a Europa não cumpriu quase nenhuma" e, por isso, não vai tolerar "novas exigências ou condições no processo de adesão" da Turquia ao bloco europeu.

Sobre o atentado em Ancara, Erdogan sublinhou que os terroristas que "ameaçam a paz e a segurança dos cidadãos não alcançaram os seus objectivos e nunca os alcançarão".

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