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Israel/Gaza

Israel-Gaza: Possibilidade “uma guerra mais alargada” é “realista” - Hezbollah

O líder do grupo xiita libanês Hezbollah considerou, esta tarde, legítima a guerra contra Israel a nível moral, religioso e humanitário. Hassan Nasrallah sublinhou que a perspectiva de “uma guerra mais alargada” é “realista”.

Num discurso em Beirute, perante milhares de apoiantes, o líder do Hezbollah defendeu a legitimidade da guerra contra os israelitas.
Num discurso em Beirute, perante milhares de apoiantes, o líder do Hezbollah defendeu a legitimidade da guerra contra os israelitas. © MOHAMED AZAKIR / Reuters
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Num discurso em Beirute, perante milhares de apoiantes, o líder do Hezbollah defendeu a legitimidade da guerra contra os israelitas: "A batalha contra esses invasores e ocupantes sionistas é totalmente legítima do ponto de vista humanitário, moral e religioso".

Trata-se da primeira vez que Hassan Nasrallah se pronuncia sobre a guerra entre Israel e o grupo Hamas, em Gaza, cuja intensidade aumentou depois do ataque do grupo islamita contra solo israelita a 07 de Outubro.

Nasrallah acusa os Estados Unidos de serem “totalmente responsáveis” pela guerra em Gaza e alerta que deveriam parar “a agressão a Gaza” se quiserem evitar uma guerra regional. “A América é a única responsável pela guerra em curso em Gaza e Israel é um mero instrumento”, referiu.

Num discurso transmitido pela televisão, a autoridade máxima do Hezbollah disse que são "os Estados Unidos que impedem um cessar-fogo" e que impedem igualmente que "o inimigo [Israel] seja condenado internacionalmente".

O chefe do Hezbollah adverte que a perspectiva de “uma guerra mais alargada” é “realista” e avisou Washington que estão “preparados para fazer face à vossa artilharia”.

Nasrallah garante que o ataque do Hamas ao território israelita foi "uma operação 100 por cento palestiniana", que conta com o apoio do Irão, “mas não tem nada a ver com a decisão da Resistência. A decisão foi tomada pelos líderes da Resistência."

O clérigo xiita considerou também que as condições de vida do povo palestiniano se tornaram ainda mais duras com a chegada ao poder do governo "extremista e brutal" de Benjamin Netanyahu.

O líder do grupo xiita libanês Hezbollah considerou, esta tarde, legítima a guerra contra Israel.
O líder do grupo xiita libanês Hezbollah considerou, esta tarde, legítima a guerra contra Israel. © João Sousa

Após um longo silêncio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, o Secretário-Geral do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah, finalmente decidiu dar um discurso ao povo libanês e à população xiita em particular, naquela que terá sido a intervenção pública mais antecipada desde o ataque do Hamas em solo israelita.

Dezenas de milhares de apoiantes do grupo xiita encheram as ruas de Dahyeh, Nabatieh e Baalbeck para assistir a Nasrallah discursar.

Contudo, o discurso foi essencialmente para fazer o ponto da situação do conflito em geral e da posição estratégica do Hezbollah na zona da fronteira em defesa do território libanês, e não tanto uma declaração efectiva de guerra, para alívio da maioria da população libanesa. Apesar disto, as tensões continuam no sul, com ataques militares mútuos entre Israel e Hezbollah, que contam já com dezenas de mortos, e progressão no terreno em direcção à linha fronteiriça.

Muitos libaneses têm vivido com apreensão o risco da guerra se alastrar até Beirute e resto do país. Várias localidades no sul têm sido evacuadas ao longo das últimas semanas e cidades como Marjayoun encontram-se praticamente desertas. Cerca de 30 mil pessoas evacuaram para vários pontos do país para escapar ao risco da guerra e a autoestrada do sul praticamente não tem trânsito automóvel.

Várias embaixadas já aconselharam também a evacuação dos seus cidadãos para fora do Líbano.

Entretanto, o Primeiro-ministro Najib Mikati tem contactado vários chefes de Estado na região para mostrar que o Líbano não está interessado em se envolver numa guerra oficial com Israel.

O Líbano que não só continua mergulhado numa crise socioeconómica sem precedentes, mas está já há um ano sem Presidente; dadas estas circunstâncias e a instabilidade na região, entrar numa guerra internacional será altamente desaconselhável- e o Hezbollah parece ter clara noção disto.

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