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Guiné-Bissau

Sociedade civil guineense escreve a Macky Sall sobre "situação caótica" no Senegal

Uma centena de activistas, investigadores e jornalistas da Guiné-Bissau entregaram na sexta-feira uma carta aberta destinada ao Presidente Macky Sall, na Embaixada do Senegal em Bissau, de forma a denunciar o tratamento do líder da oposição, Ousmane Sonko, detido há várias semanas, mas também de jornalistas e activistas no país.

Le président sénégalais, Macky Sall.
Le président sénégalais, Macky Sall. via REUTERS - HOST PHOTO AGENCY RIA NOVOSTI
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Em mais de uma dezena de pontos, cerca de 100 membros da sociedade civil da Guiné-Bissau, entre jornalistas, activistas, advogados e académicos, expõem numa carta aberta ao Presidente Macky Sall a situação no Senegal, em que o líder da oposição, Ousmane Sonko, tem sido perseguido, mas também com outros senegaleses a verem os seus direitos de manifestação e de liberdade de expressão negados.

Para Armando Lona, jornalista e promotor desta iniciativa, o regime de Macky Sall não está a ser democrático.

"O Senegal é um Estado de Direito democrático, é uma escolha constitucional, e que ratificou várias convenções internacionais portanto tem obrigação de respeitar não só a sua Constituição, mas também os tratados que assinou. O que nós estamos a exigir é o básico que um Estado tem de fazer, não se pode proclamar estes princípios e fazer outra coisa. O tratamento que está a ser reservado à oposição democrática, está fora do lei, portanto o regime de Macky Sall está a ser tudo menos democrático", disse Armando Lona em entrevista à RFI.

Face à situação vivida pelo líder da oposição Ousmane Sonko no Senegal, detido e em greve de fome, esta carta pede ao Presidente senegalês, Macky Sall, a libertação de Ousmane Sonko, mas também o abandono de sanções e perseguição política contra jornalistas como Pape Alé Niang. 

Os signatários desta iniciativa questionam também o silêncio das autoridades da Guiné Bissau e da própria CEDEAO face à situação no Senegal.

"Há um silêncio total não só das autoridades da Guiné-Bissau, mas também da CEDEAO em relação à situação no Senegal. O que se está a passar no Senegal é inaceitável e o silêncio de uma organização com a CEDEAO é uma cumplicidade que não qualificativo", denunciou o jornalista.

A poucos dias ou semanas de haver um novo Governo na Guiné-Bissau, os signatários querem que o país seja mais activo em África a sinalizar situações em que há desrespeito dos direitos humanos e da democracia, já que tudo que acontece no Senegal tem também um impacto para os guineenses.

"O povo guineense quer um Governo competente, um governo preparado e consciente daquilo que são os desafios da Guiné-Bissau, da África e do Mundo. Queremos um Governo que observe África, a trabalhar para que África seja um continente emancipado, politica e financeiramente, e para chegarmos lá tem de haver um trabalho sério. Tem de ser uma equipa competente. O Senegal é um país irmão, vizinho, e se a situação está caótica no Senegal, automaticamente afecta a Guiné-Bissau", concluiu Armando Lona.

Leia aqui a carta aberta na íntegra:

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