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Literatura

Paulina Chiziane vence Prémio Camões e dedica-o às mulheres

A escritora moçambicana Paulina Chiziane venceu o Prémio Camões de 2021 que lhe foi atribuído de forma unânime. A autora dedicou o prémio às mulheres, esperando que as desperte e as faça acreditar no seu próprio poder.

A escritora moçambicana Paulina Chiziane, foi a vencedora do Prémio Camões 2021, numa escolha feita por unanimidade, anunciou  a ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca
A escritora moçambicana Paulina Chiziane, foi a vencedora do Prémio Camões 2021, numa escolha feita por unanimidade, anunciou a ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca LUSA - ANTÓNIO SILVA
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"Afinal a mulher tem uma alma grande e tem uma grande mensagem para dar ao mundo. Este prémio serve para despertar as mulheres e fazê-las sentir o poder que têm por dentro", afirmou Paulina Chiziane, reagindo à atribuição deste prémio, em declarações à Agência Lusa.

A escolha do júri do Prémio Camões foi anunciada na segunda-feira pela ministra da Cultura portuguesa, Graça Fonseca. O júri deste prémio é constituído por figuras de relevo da academia e da literatura de diferentes países lusófonos.

Esta decisão destaca a "vasta produção e receção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional" da escritora moçambicana, segundo nota enviada à comunicação social.

A escritora mostrou surpresa ao receber este prémio. "Eu nem sequer me lembrava que o prémio Camões existia", porque os confinamentos provocados pela covid-19 deixaram-na "bem fechada em casa, desligada de tudo".

"Uma surpresa muito boa para mim, para o meu povo, para a minha gente", que em África escreve "o português, aprendido de Portugal". 

Paulina Chiziane foi a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, com "Balada de amor ao vento", em 1990 e este ano publicou "A voz do cárcere", em conjunto com Dionísio Bahule, um livro que resulta de relatos feitos a partir de prisões femininas e masculinas.

Em Junho deste ano, em entrevista à RFI, Paulina Chiziane afirmou que perante a situação em Cabo Delgado, era preciso "uma maior humanização" no tratamento desse conflito na comunicação social, considerando ainda que o que se passava na região parecia "ser mais uma guerra económica do que uma guerra política".

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou Linguística em Maputo. Tem mais de 10 livros publicados, assim como contos publicados na imprensa.

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