Quatro municípios repetem eleições autárquicas em Moçambique

Em Moçambique, quatro municípios voltam, este domingo, às urnas em 75 mesas de voto. No total, mais de 50 mil eleitores são chamados a repetir a votação para a escolha dos autarcas em 18 mesas de Nacala-Porto (Nampula); três de Milange e 13 de Gurúe (Zambézia), e na totalidade das 41 mesas de Marromeu (Sofala). Estes foram os quatro municípios em que o processo eleitoral não foi validado pelo Conselho Constitucional moçambicano, devido a irregularidades a 11 de Outubro.

Eleições Autárquicas em Moçambique 2023. 11 de Outubro de 2023. © LUSA - LUÍSA NHANTUMBO

Este domingo, mais de cinco mil pessoas são chamados a escolher os autarcas dos municípios de Marromeu, Gurúe, Milange e Nacala Porto. O processo ficou marcado, nas primeiras horas, pela abertura tardia de algumas mesas de voto e por denúncias, em Marromeu, de enchimento de urnas a favor do partido no poder, como constatou o correspondente da RFI, Orfeu Lisboa.

A polícia também efectuou detenções relacionadas com a existência de eleitores levados de outras zonas para votarem em Gurúe na província da Zambézia, onde o ambiente esteve tenso no período da manhã.

No total, a votação é repetida em 75 mesas para escolher novos autarcas em quatro municípios: 18 mesas de Nacala-Porto (província de Nampula), três de Milange e 13 de Gurúè (Zambézia) e na totalidade das 41 mesas de Marromeu (Sofala). Nestes quatro municípios o processo eleitoral não foi validado pelo Conselho Constitucional, devido a irregularidades.

Segundo a Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, a repetição das eleições autárquicas está orçada em 41 milhões de meticais (595 mil euros), num processo que conta com 525 membros de mesas de assembleias de voto.

As eleições de Outubro foram fortemente contestadas pela oposição e sociedade civil que denunciaram uma alegada “megafraude”.

O comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, apelou à calma na repetição das eleições autárquicas deste domingo.