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Qatar

No Qatar vive-se “normalmente” apesar do boicote

Um mês depois de a Arábia Saudita, o Bahrein, os Emirados Árabes Unidos, o Iémen e o Egipto terem cortado relações diplomáticas com o Qatar, um português residente em Doha conta que continua “a viver normalmente”, que houve apenas “alguns produtos que desapareceram das prateleiras” e que a população local até começou a boicotar os produtos dos próprios países que boicotaram o Qatar.

Doha, capital do Qatar.
Doha, capital do Qatar. STR / AFP
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Alexandre Sá Chaves é operador de câmara no canal BeIN Sports Arabia, em Doha, no Qatar, e ainda que “um bocado apreensivo” porque existe “ao fim e ao cabo uma luta política”, conta que o afluxo aos supermercados e bancos só se verificou no primeiro dia do corte de relações diplomáticas.

Agora, o repórter de imagem continua “a viver normalmente” e só encontra menos leite, queijo e iogurtes nas lojas porque estes vinham da Arábia Saudita, um dos países que cortou relações diplomáticas com o Qatar, a 5 de Junho.

Nós continuamos a viver normalmente. Há alguns produtos que desapareceram das prateleiras, como é óbvio, porque muitos vinham da Arábia Saudita. Houve, sim, um afluxo no primeiro dia de algumas populações de diferentes países mas isso foi só no primeiro dia. Houve assim um pequenino pânico mas agora as coisas estão mais calmas”, descreve.

Alexandre Sá Chaves afirma, ainda, que “para viajar é como os produtos alimentares”: demora-se mais tempo e fica mais caro.

02:13

Alexandre Sá Chaves, Operador de Câmara no Qatar

Reunião no Cairo para resolver a crise no Golfo

Esta quarta-feira, os países que impuseram sanções ao Qatar reuniam-se no Cairo, no Egipto, para decidir se mantêm ou endurecem o boicote comercial a Doha. Por sua vez, o pequeno emirado rico em gás natural apelou ao diálogo mas avisou que não iria permitir que a sua soberania fosse colocada em causa e falou em “lista irrealista”.

Hoje, terminava o ultimato dado pelo grupo ao Qatar, depois de apresentada uma lista de 13 exigências para retomar relações. Entre elas, o fecho de uma base militar na Turquia e o encerramento da televisão Al Jazeera, considerada como demasiada agressiva pela Arábia Saudita e pelos seus aliados. Algo visto por Alexandre Sá Chaves, que já trabalhou na Al Jazeera, como “tão ridículo” porque “é como se exigissem fechar a BBC ou a CNN”. Outra das exigências é a redução das relações do Qatar com o Irão.

O grupo de países que cortou relações diplomáticas com o Qatar acusa o emirado de apoiar o terrorismo e de ter relações muito estreitas com o Irão, grande rival da Arábia Saudita no Médio Oriente.

Hoje, um estudo publicado pelo instituto de pesquisas britânico Henry Jackson Society revelou que a Arábia Saudita é a principal fonte de financiamento do islamismo radical no Reino Unido.

 

 

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