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Hong Kong/Prisão activistas

Hong Kong: condenação de activistas pró-democracia Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam

Joshua Wong, antigo líder do partido Demosisto e principal rosto da contestação pró-democracia em Hong Kong, foi nesta quarta-feira, 2 de dezembro, condenado a 13,5 meses de prisão, Agnes Chow a 10 e Ivan Lam a 7, por organização, incitação e participação na manifestação em junho de 2019 contra a lei de extradição para a China continental. 

A partir da esquerda:Agnes Chow, Ivan Lam e Joshua Wong,  jovens activistas pró-democracia de Hong Kong, condenados a 2 de dezembro a 10, 7 e 13,5 meses de prisão.
A partir da esquerda:Agnes Chow, Ivan Lam e Joshua Wong, jovens activistas pró-democracia de Hong Kong, condenados a 2 de dezembro a 10, 7 e 13,5 meses de prisão. Peter Parks AFP
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Joshua Wong e outros dois conhecidos membros do movimento pró-democracia de Hong Kong foram condenados esta quarta-feira, 2 de dezembro, a penas de prisão por terem organizado, incitado e participado (com excepção de Joshua Wong) numa manifestação ilegal contra o governo local em junho de 2019.

Wong, de 24 anos, foi condenado a 13 meses e meio de prisão, tendo sido apontado pela acusação como o principal responsável pela organização do protesto do ano passado, durante o qual milhares de pessoas se manifestaram à porta da sede da polícia.

Ivan Lam, de 26 anos, e Agnes Chow de 23, foram condenados, respectivamente, a sete e a dez meses de prisão pela sua participação na mesma manifestação.

Os réus incentivaram os manifestantes a sitiarem a sede [da polícia] e gritaram palavras de ordem que põem em causa a força policial e a sua detenção imediata é a opção mais apropriada”, declarou.a juíza Wong Sze-lai, citada pela AFP. 

Durante a leitura da sentença, cerca de 100 manifestantes pró-democracia juntaram-se à entrada do tribunal, para apoiar os activistas e alguns manifestantes pró-China fizeram uma contramanifestação, exigindo sentenças mais pesadas.

Sei que os próximos dias vão ser difíceis, mas vamos aguentar firme”, gritou Joshua Wong no tribunal e numa carta publicada pelos seus advogados nas redes sociais, Joshua Wong garantiu que a sua prisão “não é o fim da luta”.

À nossa frente está outro campo de batalha desafiante. Agora vamo-nos juntar à batalha na prisão com outros manifestantes corajosos, menos visíveis, mas essenciais na luta pela liberdade e democracia em Hong Kong”, escreveu Joshua Wong na sua conta Twitter.

De recordar que Joshua Wong, que milita desde os 13 anos de idade, foi considerado pelas revistas Times, Fortune e Foreign Policy, como uma das pessoas mais influentes do mundo, Ivan Lam e Agnes Chow, Joshua Wong declararam-se culpados das acusações durante o respectivo processo a 23 de novembro e foram colocados em prisão preventiva.

O político de 24 anos está ainda acusado de participar numa manifestação ilegal em outubro de 2019, quando participou numa vigília em homenagem às vítimas do massacre de Tiananmen em 1989.​

Ao contrário de Wong e Lam, que já tinham sido condenados a penas de prisão noutras ocasiões, Agnes Chow nunca esteve presa e, assim que foi lida a sua sentença, chorou. 

Estados Unidos e Reino Unido ameaçam com novas sanções à China e a Hong Kong e a ong Amnistia Internacional disse que, ao visar os principais rostos do movimento, as autoridades de Hong Kong estão a a “enviar um aviso a quem se atrever a criticar abertamente o governo chinês” e pede a anulaçõ das penas e libertação imediata e incondicional dos três activistas.

Agnes Chow pode enfrentar uma acusação de sedição, depois de ter sido detida e libertada sob caução em agosto deste ano, acusada de violar a lei de segurança nacional. Até ao momento, a acusação ainda não foi formalizada, mas a legislação imposta por Pequim à região administrativa, admite prisão perpétua para o crime de sedição.

A prisão dos três activistas, envolvidos há vários anos no movimento pró-democracia na região, surge na sequência de uma vaga de detenções de membros da oposição em Hong Kong.

De recordar que em junho deste ano, a China impôs uma lei de segurança nacional em Hong Kong, que os críticos vêem como uma tentativa de silenciar qualquer voz dissidente, pois criminaliza o que Pequim considera actos de secessão, subversão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiros, prevendo sentenças que podem ir até prisão perpétua.

Com a entrada em vigor da lei – que já levou a pelo menos 30 detenções –, Joshua Wong cessou as actividades do partido Demosisto, que fundou com Agnes Chow e os dois activistas foram também impedidos de concorrer às eleições legislativas em Hong Kong, que acabaram por ser adiadas devido à pandemia de Covid-19.

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