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Estados Unidos

Abertura de um inquérito na Geórgia sobre a pressão pós-eleitoral de Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos está prestes a ser alvo de uma nova investigação. Ontem, uma procuradora do Estado da Geórgia anunciou a abertura de um inquérito preliminar sobre as suas "tentativas de influenciar as operações eleitorais na Geórgia", um estado-chave onde Donald Trump exerceu pressões sobre as autoridades eleitorais no intuito de obter argumentos para contestar sua derrota nas presidenciais do passado mês de Novembro.

Donald Trump durante u discurso perante os seus apoiantes antes do ataque ao Capitólio, no dia 6 de Janeiro.
Donald Trump durante u discurso perante os seus apoiantes antes do ataque ao Capitólio, no dia 6 de Janeiro. © Brendan Smialowski AFP/Arquivo
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“Esta investigação incluirá possíveis violações das leis eleitorais da Geórgia, que proíbem pedir a funcionários locais e estaduais que cometam fraude ou falso testemunho", indicou Fani Willis, democrata afro-americana recentemente eleita para o cargo de procuradora do condado de Fulton numa carta dirigida a vários responsáveis locais na qual pede que "conservem todos os documentos relativos às eleições", nomeadamente aqueles que "comprovem tentativas de influenciar" os dirigentes eleitorais.

Após a sua derrota nas presidenciais, Donald Trump lançou-se em diversas acções de contestação dos resultados eleitorais em numerosos estados, nomeadamente na Geórgia onde, apesar da forte pressão do então presidente cessante, as autoridades que monitoraram os escrutínio declararam que não tinham encontrado o mais ínfimo indício de fraude.

No passado dia 3 de Janeiro, filtrou na imprensa que o bilionário tinha contactado directamente o Secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, no intuito de lhe pedir para "encontrar" cerca de 12.000 boletins de voto a seu favor, o suficiente para contestar a vitória Joe Biden naquele estado. “Não tem mal dizer que tornou a calcular”, argumentou na altura Donald Trump.

A abertura deste inquérito sobre Trump na Geórgia acontece numa altura em que ele está igualmente a ser alvo do seu segundo processo de 'impeachment' no senado desde terça-feira, o antigo presidente sendo acusado de "incitação à insurreição" aquando da violenta invasão do Capitólio por apoiantes seus no passado dia 6 de Janeiro, com um balanço de 5 mortos.

Este ataque ocorreu depois de ele pronunciar um discurso incendiário colocando em causa os resultados eleitorais cuja validação estava prevista naquele dia no Capitólio e, desde então, muitas vozes inclusivamente no seu partido, responsabilizam-o directamente pelo sucedido.

Ontem, a acusação conduzida pelo congressista do Maryland, Jamie Raskin, dissecou a mecânica daquele que é apresentado como “o instigador dos distúrbios” no Capitólio. "Este caso é muito pior do que aquele em que alguém dà um falso alerta sobre um incêndio num teatro cheio de gente", declarou Raskin.

Através de vídeos inéditos, alguns mostrando o antigo vice-presidente Mike Pence ou o senador Mitt Romney a escapar por pouco dos atacantes, mails e tweets presidenciais datando daquela altura mas igualmente dos meses que antecederam os incidentes, a acusaçao estabeleceu uma cronologia dos acontecimentos e do comportamento de Trump durante as horas mais violentas daquele dia.

Esta quinta-feira, a palavra deveria ser dada à defesa do antigo presidente que ainda antes do julgamento, tentou obter a sua anulação, alegando que um ex-presidente não pode constitucionalmente ser alvo de um processo de destituição.

De referir que para além desta acção que deveria terminar, de acordo com o calendário oficial, no próximo domingo, Donald Trump está igualmente a ser investigado pela justiça de Nova Iorque sobre suspeitas de fraudes bancárias e fiscais.

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