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Turquia/ Relações Internacional

Chefe da diplomacia turca convoca embaixadores depois de apelo a favor de Kavala

O governo turco convocou os embaixadores de dez países para protestar contra o apelo à libertação do filantropo Osman Kavala.O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia afirmou que o sistema judicial turco é independente e qualificou a atitude dos embaixadores de desmedida e irresponsável.

 O  filantropo turco, Osman Kavala, preso há quatro  anos corre  o risco de ter uma pena perpétua. Kavala é acusado de ser um agente do homem de negócios George Soros e de estar envolvido na tentativa de golpe contra o Presidente  Erdogan  em 2016.Dez países  apelaram à libertação  de Kavala.Em reacção, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco convocou, no dia 19 de Outubro de 2021, os  embaixadores da dezena de países.
O filantropo turco, Osman Kavala, preso há quatro anos corre o risco de ter uma pena perpétua. Kavala é acusado de ser um agente do homem de negócios George Soros e de estar envolvido na tentativa de golpe contra o Presidente Erdogan em 2016.Dez países apelaram à libertação de Kavala.Em reacção, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco convocou, no dia 19 de Outubro de 2021, os embaixadores da dezena de países. Handout Anadolu Culture Center/AFP
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco convocou, no dia 19 de Outubro  de 2021, os embaixadores dos 10 países que na véspera tinham assinado uma declaração apelando à libertação de Osman Kavala.

As autoridades turcas reiteraram que “o sistema judicial na Turquia é independente” e que “o pedido de libertação excedeu os limites da autoridade dos embaixadores e é irresponsável”.

Os embaixadores de 10 países, que incluem os EUA, Canadá, França, Alemanha, Nova Zelândia, Países Baixos e os quatros países escandinavos, tinham dito que o caso de Kavala, com os sucessivos atrasos no julgamento, “lança uma sombra e dúvidas sobre o respeito pelo Estado de Direito, pela democracia e pelos direitos humanos, e pela transparência do sistema judicial turco”.

Osman Kavala, um conhecido homem de negócios e apoiante de várias causas sociais, foi detido há precisamente quatro anos, acusado de ter conspirado contra o governo turco e de apoiar os protestos populares de 2013, que se seguiram à tentativa de cimentar o parque Gezi no centro de Istambul.

Em Fevereiro de 2020, depois de dois anos e meio de prisão, Kavala foi absolvido, mas no dia em que iria ser libertado foi novamente detido, desta vez acusado de participação no falhado golpe de Estado de 2016 e de espiar para os Estados Unidos da América.

Mais recentemente, em Janeiro de  2021, um tribunal da Relação turco cancelou também a primeira absolvição.

Kavala liderava uma organização que promovia a colaboração cultural entre diversas minorias no campo das artes e estava associado à filial turca da fundação do multimilionário americano George Soros.

Em Dezembro de 2019, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos concluiu que a detenção de Kavala era ilegal e que se destinava apenas a castigá-lo como crítico do Governo, tendo ordenado a sua libertação imediata para ficar a aguardar julgamento em liberdade.

Ancara ignorou essa decisão, pelo que o Conselho da Europa ameaça agora iniciar um processo disciplinar contra o país.

O caso Kavala tem sido emblemático de como o governo turco pressiona e intimida opositores e críticos.

O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan frequentemente chama a Kavala o “Soros vermelho da Turquia”.

Se  for considerado culpado dos crimes de que é acusado, Osman Kavala arrisca-se a uma pena de prisão perpétua.

Ouça aqui a correspondência de José Pedro Tavares.

01:22

Correspondência de José Pedro Tavares 19 10 2021

 

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