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Turquia/Relações Internacionais

Turquia procura romper isolamento em leste de Mar Mediterrâneo

A Turquia, cada vez mais isolada no Leste do Mediterrâneo, procura romper o isolamento, face a coligações anti-Ancara activas. Nesse âmbito o governo turco enceta uma tentativa de aproximação com os Emirados Árabes Unidos. O governo de Ancara está confrontado com vários diferendos 

 O Presidente da Turquia, Recep  Tayyip Erdogan,  enceta uma ofensiva diplomática  para superar os diferendos, resultantes de acções unilaterais  do seu país, no leste do Mar Mediterrâneo.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, enceta uma ofensiva diplomática para superar os diferendos, resultantes de acções unilaterais do seu país, no leste do Mar Mediterrâneo. Ozan KOSE AFP/File
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Na semana passada, os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Grécia, Chipre e Egipto reuniram-se numa cimeira em Atenas, para discutir cooperação no Leste do Mediterrâneo.

O que têm estes países em comum? Conflitos com Ancara, nomeadamente sobre jurisdição

marítima e direitos de exploração de jazidas de gás natural na plataforma continental do Mar Mediterrâneo.

Ancara e os seus vizinhos têm interpretações distintas do conceito de soberania no Mar Mediterrâneo oriental.

À semelhança da França, Grécia, Chipre e o Egipto, também Israel, os Emirados Árabes Unidos, e a Arábia Saudita têm diferendos com Ancara.

Todos estes países têm realizado manobras militares navais conjuntas no Leste do Mediterrâneo.

 O  governo de Atenas  assinou acordos de cooperação militar com os seus homólogos de  Paris e Washington.

O acordo franco-grego, em  particular, é nitidamente um anti-Turquia, e prevê  uma ajuda militar francesa em caso de ataque à soberania grega. Emmanuel Macron, chefe de Estado  da França, não perde aliás uma  oportunidade para criticar Ancara.

Ambos os acordos prevêem igualmente  a venda de  armamento à Grécia, numa verdadeira corrida às armas.

O problema reside no facto de  que  a França, a Grécia,a Turquia e os Estados Unidos são aliados, no seio  da NATO.

Há dias o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou  a Grécia, que  segundo  ele," tornou-se  uma base norte-americana”.

Todos os observadores indicam que este isolamento é sobretudo causado pela Turquia, que devido a acções unilaterais, tem hostilizado os seus vizinhos.

Com a economia turca a atravessar uma espiral  negativa, cujo impacto repercute-se, nomeadamente sobre a lira turca, que na semana passada atingiu o seu nível mais baixo de sempre, e já  desvalorizou mais de 30%   em 2021.

As dificuldades  económicas turcas  começaram a  afectar a popularidade do todo-poderoso Recep Tayyip Erdogan, em queda livre.

 Ancara tem que tentar normalizar relações, atrair investimento externo, confiança e estabilidade. Talvez seja essa a razão pela qual o chefe de Estado turco vai receber, esta semana em Ancara, o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos; Mohammed bin Zayed.

O encontro  é a primeira reunião de alto nível, em dez anos, entre o governo de Ancara e um representante  da citada monarquia do Golfo Pérsico.   

A tentativa de aproximação visa apaziguar as relações conflituosas, entre Ancara e  Abu Dhabi.

Veremos se é um novo começo para a diplomacia turca.

Ouça aqui a correspondência de  José Pedro Tavares.

01:33

Correspondência José Pedro Tavares 22 11 2021

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