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Ucrânia

Ucrânia: Zelensky diz-se disposto a negociar directamente com Putin

Numa altura em que se vive o 27° dia de conflito na Ucrânia, o Presidente Zelensky declarou-se disponível para negociar directamente com o seu homólogo russo, inclusivamente sobre os estatutos do Donbass e da Crimeia. Por seu lado, o Kremlin considera que as negociações com Kiev ainda não são suficientemente substanciais. No terreno, a violência continua.

O Presidente Ucraniano Volodymyr Zelensky no dia 21 de Março de 2022.
O Presidente Ucraniano Volodymyr Zelensky no dia 21 de Março de 2022. AP
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Avdiivka, cidade próxima de Donetsk, no leste do país, área sob controlo pro-russo desde 2014, foi alvo de um ataque russo na noite de ontem que resultou em pelo menos 5 mortos e 19 feridos, soube-se de fonte parlamentar ucraniana. Paralelamente, as tropas russas continuam a tentar cercar Kiev, a capital, onde foi decretado ontem um novo recolher obrigatório. Em Mariupol, cidade portuária do sudeste do país que está há vários dias sob fogo russo, as autoridades locais estão a tentar evacuar os civis ainda bloqueados. De acordo com a Human Rights Watch, terão morrido cerca de 3 mil civis e mais de 200 mil pessoas ainda se encontram naquela localidade que praticamente desde o começo dos bombardeamentos russos se encontram sem água, sem comida e sem electricidade. Uma situação qualificada de "extremamente grave" pela ONU.

"A Ucrânia será destruída antes de se entregar" disse o Presidente ucraniano em entrevista concedida ontem à noite a diversos órgãos, uma comunicação durante a qual se declarou disposto a negociar directamente com o seu homólogo russo, inclusivamente sobre os estatutos da Crimeia e do Donbass, no leste do país sob controlo dos separatistas pro-russos.

Volodymyr Zelensky não deixou contudo de sublinhar a necessidade de os russos se retirarem imediatamente, de serem designados países que garantam a segurança da Ucrânia em caso de novo ataque russo e também de a população ucraniana se pronunciar por referendo "sobre certas formas de compromissos a serem obtidos com a Rússia".

Já esta terça-feira, Zelensky convidou o papa Francisco a desempenhar o papel de mediador no diálogo entre Moscovo e Kiev, um diálogo que segundo declarações do Kremlin esta terça-feira, "não está a conhecer progressos suficientemente substanciais".

Do lado de Bruxelas onde continua o bailado diplomático com vista a apoiar a Ucrânia, os 27 decidiram ontem dotar-se de um orçamento mais importante em matéria de defesa e foi igualmente abordada a constituição de um fundo para ajudar à reconstrução da Ucrânia depois da guerra, sendo que na quinta-feira os países da União Europeia que na sua larga maioria também integram a NATO vão reflectir juntamente com o Presidente americano sobre formas de lidar com o conflito.

Ainda ontem, Joe Biden declarou-se convicto de que a Rússia encara a possibilidade de utilizar armas químicas e biológicas na Ucrânia e desmentiu Moscovo que acusou o seu país de dispor desse tipo de material na Europa.

Desde o começo da ofensiva russa na Ucrânia no passado dia 24 de Fevereiro, o Presidente ucraniano deu conta no passado dia 12 de Março da perda de 1.300 militares, o exército ucraniano afirma que os russos sofreram 15 mil baixas -dados impossíveis de verificar- enquanto fontes da inteligência americana citadas pelo New York Times contabilizam mais de 7 mil soldados russos mortos. Por outro lado, para além de um número indeterminado de mortos entre os civis, a ONU refere que mais de 6,5 milhões de ucranianos são doravante deslocados internos e mais de 3,5 milhões tiveram que encontrar refúgio no exterior do país.

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