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Irão

Três homens, detidos à margem dos protestos no Irão, foram executados

No Irão, autoridade judicial anunciou a execução de três homens que tinham sido detidos em Novembro e condenados em Janeiro à pena capital por envolvimento na morte de membros das forças de segurança durante as manifestações desencadeadas pela morte de Mahsa Amini no ano passado.

Majid Kazemi, Saleh Mirhashemi e Saeed Yaghoubi
Majid Kazemi, Saleh Mirhashemi e Saeed Yaghoubi © Redes sociais
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Majid KazemiSaleh Mirhashemi e Saeed Yaghoubi foram considerados culpados de "moharebeh" ("guerra contra Deus") e de ter estado na posse de uma arma durante uma manifestação na cidade de Ispahan (centro), indicou a agência de informação da autoridade judicial Mizan Online.

Eles também foram considerados culpados de serem membros de "grupos ilegais com a intenção de violar a segurança do país" e de "conluio levando a crimes contra a segurança interna", acrescentou Mizan.

O Irão tem sido abalado, desde Setembro do ano passado, por um movimento de protesto depois da morte em detenção de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos.

Familiares de Majid Kazemi radicados na Austrália enviaram uma petição à ministra australiana dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, pedindo o seu apoio para obter a sua absolvição. Reagindo hoje à sua execução, a governante declarou que isto "ilustra a brutalidade do regime" iraniano.

Desde Setembro, muitas pessoas têm estado a ser detidas pelas autoridades.

O Irão é também considerado pela Amnistia Internacional como sendo o país que mais executa pessoas condenadas à pena de morte, a seguir à China.

A 9 de Maio, o Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, também denunciou "o número incrivelmente elevado" de execuções este ano no Irão, com uma média de mais de dez por semana.

De acordo com a Iran Human Rights, no ano passado, 582 pessoas foram executadas, o que representa um aumento de 75% em relação a 2021.

Entretanto, esta organização baseada na Noruega dá conta de uma aceleração das execuções desde o começo deste ano, com peno menos 218 execuções até agora.

No começo da semana, cinco pessoas foram executadas por ter sido consideradas culpadas de tráfico de droga. No dia 10 de Maio, sete pessoas foram executadas, três por tráfico de droga e quatro por violação. No dia 8 de Maio, dois homens foram enfocados por blasfémia e dois dias antes, um dissidente irano-suecoHabib Chaab, foi igualmente executado.

Dezenas de outros detidos "estão em perigo", adverte Mahmood Amiry-Moghaddam, director da Iran Human Rights ao escrever no Twitter que "é preciso fazer com que os líderes da República Islâmica entendam que a execução de manifestantes não será tolerada". No mesmo sentido, a ONG Hengaw, também sedeada na Noruega, denuncia "uma vaga inimaginável de execuções no Irão" e reclama "uma atenção especial" às organizações de defesa dos Direitos Humanos e aos governos ocidentais.

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