Explosão destrói barragem no sul da Ucrânia
O governo ucraniano acusou esta terça-feira a Rússia de ter feito explodir uma barragem perto da cidade Kherson, no sul do país. Dezenas de localidades inundadas pelo rio Dnipro foram evacuadas. Moscovo e Kiev trocam acusações sobre a responsabilidade do ataque.
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Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, o ataque na barragem de Kakhovka é um crime de guerra e "provavelmente o maior desastre tecnológico da Europa das últimas décadas”. Dmytro Kuleba pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para discutir o que chamou de "acto terrorista russo contra infra-estruturas críticas ucranianas". Numa declaração, o ministro apelou também ao conselho de governadores da agência atómica das Nações Unidas para discutir o incidente e exigiu novas sanções contra a Rússia por parte do G7 e da União Europeia.
A barragem situada no sul da Ucrânia, numa zona controlada pela Rússia, explodiu esta terça-feira, provocando uma inundação e colocando cerca de 16 mil pessoas numa "zona de risco". Segundo a empresa pública hidreléctrica ucraniana, os danos são irreparáveis e foram causados por "uma explosão no interior da sala das máquinas".
Kiev diz que o perigo de um acidente nuclear "aumentou rapidamente", já que a central de Zporíjia utiliza água da barragem, mas a Agência Internacional de Energia Atómica considera que não existe perigo imediato para o funcionamento da central.
A Ucrânia e a Rússia já se acusaram mutuamente de atingir esta barragem. Em outubro, o presidente Volodymyr Zelensky previu que a Rússia a destruiria para provocar uma inundação.
Moscovo fala em acto de sabotagem
A Rússia acusa a Ucrânia de um ato de "sabotagem deliberada", que foi planeado e executado sob as ordens de Kiev. O porta-voz do Kremlin rejeita as acusações de que Moscovo é responsável pela destruição parcial da barragem e alerta para o risco de consequências muito graves para dezenas de milhares de habitantes da região de Kherson.
Segundo Dmitri Peskov, um dos objectivos do ataque foi "privar a Crimeia" de água.
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