União Africana precisa de "posição comum" para resolução do conflito em Israel
Após cinco dias de conflito entre Israel e a Palestina, as consequências fazem-se sentir em todo o Mundo, com o aumento dos preços do petróleo que vão afectar os preços de forma global, nomeadamente em África. Osvaldo Mboco, professor de Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, considera que posição de apaziguamento deveria ser unânime em África.
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É "com preocupação" que Angola acompanha o conflito que se vem desenrolando desde sábado entre Israel e a Palestina, não só devido ao escalar de violência no terreno, mas também devido aos impactos globais desta guerra.
"Os conflitos à escala global têm implicações não só apenas na própria região, mas acaba por ter implicações em todo o Mundo. O preço do barril do petróleo subiu já 4% logo na segunda-feira, portanto isto mostra as externalidades deste conflito", explicou Osvaldo Mboco, professor de Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, em entrevista à RFI.
Para este académico, a responsabilidade do conflito cai sobre as Nações Unidas.
"Este conflito foi criado pela ONU, que não teve capacidade de encontrar uma solução viável e que pudesse dar resposta logo na década de 40, aquando a fundação do Estado de Israel", indicou.
Entretanto, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) pediu às partes envolvidas neste conflito que apliquem "contenção" neste momento devido aos impactos negativos de uma paz e segurança sustentáveis no Médio Oriente, uma posição que segundo Osvaldo Mboco devia também ser adoptada pela União Africana.
"O que eu penso que os países africanos podem e devem fazer a nível dos blocos regionais e da União Africana é tomar uma posiçao comum e essa posição pode trafegar na direcção de pedir o fim das hostilidades que estamos a registar a nível deste conflito, porque o Hamas não tem capacidade militar para continuar a dar respostas aos atauqes de Israel. A Faixa de Gaza está a ser destruída e há muitos civis que estõa a morrer. É a altura dos africanos de posicionarem contra este conflito e exaltarem a necessidade do diálogo", declarou.
Quando falou na Assembleia das Nações Unidas em Setembro, João Lourenço pediu à comunidade internacional que "não esquecesse" a Palestina e o país tem sido um aliado histórico dos palestinianos.
"Angola é dos países que em 2015 quando a bandeira da Palestina foi hasteada na ONU aquando o seu reconhecimento, Angola consta dos 116 países que reconheceram a Palestina e hoje já são 139", sublinhou Osvaldo Mboco.
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