Gaza: Conferência de Munique, dirigentes evocam solução de dois Estados
Na Conferência de Munique sobre a segurança, que iniciou esta sexta-feira e termina este domingo, a guerra em Gaza tem estado no centro dos debates, com questões em torno da soluçéao de dois Estados. Alguns países têm nomeadamente apelado ao reconhecimento de um Estado Palestiniano.
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Neste último dia da Conferência de Munique sobre a segurança, está previsto um encontro entre o Primeiro-Ministro palestiniano, Mohammad Chtayyeh, e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Tzipi Livni, com a prensença do ministro dos negócios Estrangeiros da Jordânia.
Desde sexta-feira, vários países, sobretudo países árabes, têm apelado a um reconhecimento do Estado da Palestina e à solução de dois Estados. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, cujo país é o aliado número um de Israel, referiu-se mesmo a "uma oportunidade extraordinária no Médio Oriente" para que tal aconteça, apesar da guerra em Gaza.
Segundo o responsável, trata-se, de forma mais urgente, de encontrar uma solução para a crise humanitária em Gaza, onde já morreram 28 985 pessoas em quatro meses, dos quais 70% são crianças e mulheres, 68 883 pessoas ficaram feridas, e milhares de corpos debaixo dos descombros não foram contabilizados, segundo o último balanço do ministério da Saúde do Hamas.
O Primeiro-ministro do Qatar admitiu, em Munique, que as negociações entre o Estado hebreu e o Hamas "não foram muito prometedoras nos últimos dias".
Entretanto, este domingo na Faixa de Gaza, o hospital Nasser, o segundo maior do enclave, ficou "totalmente fora de serviço", devido aos combates e à falta de combustível, disse um porta-voz do ministério da Saúde do Hamas. Na quinta-feira, as forças israelitas invadiram o hospital e procederam à detenção de uma centena de pessoas, que acusaram de ser terroristas.
A maioria dos hospitais de Gaza não funciona, deixando 2,3 milhões de habitantes sem cuidados de saúde adequados, dezenas de milhares de pessoas ficaram feridas durante os bombardeamentos e muitos outros sofrem de doenças crónicas, para além da fome, cada vez mais acentuada, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A OMS pediu a Israel que permitisse urgentemente às suas equipas médicas que entrassem no hospital Nasser, alertando, através de uma publicação nas redes sociais, não ter sido autorizada a entrar dentro do recinto hospitalar.
Ontém e anteontém, a equipa da OMS não foi autorizada a entrar no hospital para avaliar o estado dos pacientes e as necessidades médicas urgentes, apesar de ter chegado ao recinto do hospital para entregar combustível,
(director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X).
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