Canadá vai deixar de enviar armas para Israel

O Canadá vai deixar de enviar armas para Israel, anunciou uma fonte do Governo, depois de uma votação não vinculativa realizada no Parlamento. As autoridades israelitas já reagiram afirmando que "será a história a julgar a decisão do Canadá".

Justin Trudeau,o primeiro-ministro do Canadá. REUTERS - MIKE SEGAR

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, lamentou a decisão do Canadá deixar de enviar armas para Israel, sublinhado que "será a história a julgar esta escolha".

Nesta segunda-feira, o Parlamento canadiano adoptou uma moção não vinculativa a favor de um “cessar-fogo imediato” e pediu ao Governo que “acaba com a transferência” de armas para “Israel”.

De acordo com agência AFP, que cita uma fonte do governo canadiano, as licenças de venda de armas concedidas pelo Canadá a Israel, dizem respeito apenas à exportação de equipamento não letal, como "ferramentas de comunicação".

Ao mesmo tempo que afirma o direito de Israel à defesa, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, tem optado por uma postura cada vez mais crítica face à operação militar levada a cabo pelo exército israelita na Faixa de Gaza, em retaliação ao ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de Outubro.

Nas redes sociais, o senador democrata norte-americano, Bernie Sanders, saudou a decisão do Canadá, sublinhando que "face à catástrofe humanitária em Gaza, incluindo a fome generalizada e crescente, os Estados Unidos não deveriam fornecer mais um centavo à máquina de guerra de (Benjamin) Netanyahu”.

A questão do fornecimento de armas a Israel gerou processos judiciais em vários países. No Canadá, uma coligação de advogados e cidadãos de origem palestiniana apresentou uma queixa no início de Março contra o Governo para suspender as exportações de armas para Israel, acusando-o de violar o direito internacional, mas também o seu direito interno.