Ana Cascão: «Hutis estão a ter um peso importante no xadrez do Médio Oriente»
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O conflito entre Israel e o Hamas alastrou-se até ao Mar Vermelho. Actualmente, navios hutis do Iémen atacam navios que, segundo eles, apoiam de alguma forma o governo israelita, isto em sinal de solidariedade para com o povo palestiniano.
A tensão é palpável no Mar Vermelho e as empresas que operam na região estão com receio do que poderá acontecer aos seus navios de mercadorias, entre outros transportes realizados por essa via.
Para controlar a situação, uma aliança foi criada entre vários países, incluindo os Estados Unidos.
Face aos ataques, no passado domingo 31 de Dezembro, a marinha norte-americana contra-atacou, e abateu três barcos utilizados por rebeldes hutis, fazendo dez mortos. Apenas uma embaração conseguiu escapar às forças norte-americanas.
A RFI abordou essa situação com Ana Elisa Cascão, consultora e investigadora portuguesa independente, especialista em assuntos ligados ao Mar Vermelho.
Ana Cascão, investigadora português 02-01-2023
Recorde-se que os hutis do Iémen, para além desta guerra marítima, estão internamente em luta para ter o controlo do país, que neste momento está dividido em duas metades.
O Iémen encontra-se há mais de 8 anos mergulhado num sangrento conflito entre as forças governamentais apoiadas pela dupla Arábia Saudita / Emirados Árabes Unidos, por um lado e, por outro, os rebeldes hutis, ligados ao Irão.
Após terem provocado centenas de milhares de mortes e milhões de refugiados, os combates baixaram imenso em intensidade, sobretudo desde que foi negociada uma trégua pelas Nações Unidas em Abril de 2022. Aliás a 24 de Dezembro de 2024, o Governo do Iémen destacou os esforços da ONU para acabar com a guerra civil nesse país do Médio Oriente, depois de ter acordado com os rebeldes Huthis um novo cessar-fogo e a abertura de um processo de paz.
CONVIDADA 02-01-2023 MM
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