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Cardeal de Cabo Verde pede reciprocidade na isenção de vistos para Portugal

O cardeal de Cabo Verde, Dom Arlindo Furtado, disse não ficar escandalizado se algum conterrâneo ficar em Lisboa depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e pediu equidade e reciprocidade na isenção de vistos para Portugal.

Mural de Amílcar Cabral no bairro de Achada Grande Frente, na cidade da Praia, em Cabo Verde.
Mural de Amílcar Cabral no bairro de Achada Grande Frente, na cidade da Praia, em Cabo Verde. © lusa
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O Bispo da Diocese de Santiago e Cardeal de Cabo Verde, Dom Arlindo Furtado, disse em entrevista  à Rádio Nova de Maria, emissora católica cabo-verdiana, que no país, a Jornada Mundial da Juventude, nunca foi apresentada ou promovida como forma de migração clandestina, mas que não fica escandalizado se algum jovem ficar em Portugal

“Para ser realista eu não fico escandalizado se porventura acontecer um ou outro caso. Mas, à partida, eu confio na palavra dos jovens que se comprometeram a ir e a regressar porque o objectivo da jornada não é a migração clandestina", afirmou o bispo da Diocese de Santiago, em declarações à Rádio Nova de Maria de Cabo Verde.

Na mesma entrevista, o cardeal Dom Arlindo Furtado, afirmou que coisas que precisam ser melhoradas diplomaticamente e politicamente e pediu equidade e reciprocidade na isenção de vistos para Portugal.

"Se a jornada fosse em Cabo Verde ninguém falaria de jovens portugueses que pudessem vir a Cabo Verde e não regressar a Portugal, ficando clandestinamente aqui. Porquê? Porque os portugueses podem entrar em Cabo Verde quando querem e saem sem nenhuma restrição. Por que os portugueses podem entrar e sair quando querem de Cabo Verde e os  cabo-verdianos não podem entrar e sair quando querem de Portugal? Aqui há uma falta de equidade, não há medidas iguais para os dois lados. Temos que ver isso também porque nós somos todos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Cabo Verde deu essa facilidade, porque é que não há alguma reciprocidade? Nós, cabo-verdianos, precisamos de desenvolver o exercício crítico para ver que há coisas a melhorarem diplomaticamente, politicamente. Não é a questão da igreja que levou gente para Portugal e alguns ficaram”, disse o cardeal de Cabo Verde  Dom Arlindo Furtado.

"Para alguns, porventura, terá sido a única oportunidade de encontrar visto para tratar de saúde, para visitar o filho que está lá ou para visitar o tio que está doente e também a conhecer o mundo. Nós somos cidadãos do mundo, nós somos o cristão que Deus, pai de todos, criou o céu e a terra e criou um mundo para todos os seus filhos e filhas", afirmou o cardeal de Cabo Verde  Dom Arlindo Furtado, acrescentando que “muitas vezes também há a ilusão de que a vida na Europa é uma vida fácil, abundante, rica e estou convencido que alguns jovens que poderiam eventualmente ter essa ideia inicial, com duas, três semanas de presença em Portugal, são capazes de aprender muito e ver que, afinal, uma coisa é a imaginação e a outra coisa é a realidade".

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