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Tomada de "posse simbólica" de Sissoco Embaló como Presidente

Umaro Sissoco Embaló tomou hoje posse como Presidente guineense numa cerimónia simbólica que teve lugar numa unidade hoteleira da capital sob fortes medidas de segurança, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça continua a analisar um recurso por alegadas irregularidades interposto por Domingos Simões Pereira, adversário de Sissoco Embaló nas presidenciais de 29 de Dezembro.

Mário Vaz e, em segundo plano, Nuno Nabian, primeiro vice-presidente do parlamento, neste dia 27 de Fevereiro 2020 em Bissau.
Mário Vaz e, em segundo plano, Nuno Nabian, primeiro vice-presidente do parlamento, neste dia 27 de Fevereiro 2020 em Bissau. LUSA - ANTÓNIO AMARAL
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Após Nuno Nabian, primeiro vice-presidente do parlamento, lhe conferir posse de forma simbólica, Sissoco Embaló pronunciou um discurso em que prometeu uma nova era para a Guiné-Bissau "de dignidade, paz e progresso para todos os guineenses". Ao declarar que passados 47 anos desde a independência, o país tem actualmente "piores escolas, piores hospitais e piores infra-estruturas", Umaro Sissoco Embaló deu conta da intenção de refundar o Estado, designadamente o sector da justiça bem como da administração pública onde, a seu ver, predomina a corrupção. Ao apelar os guineenses a "baixarem as armas" a partir desta data, Sissoco Embaló garantiu ainda que "será o Presidente de todos os cidadãos" e que vai trabalhar em prol da credibilização da imagem externa do país.

A cerimónia de "tomada de posse simbólica" de Umaro Sissoco Embaló que decorreu na presença do chefe de Estado cessante José Mário Vaz, do general António Indjai, antigo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, apontado como estando por detrás do golpe de 2012, ficou marcada pela ausência de dignitários internacionais, exceptuando os embaixadores da Gâmbia e do Senegal.

Pouco depois da "investidura simbólica", realizou-se outra cerimónia desta vez na Presidência onde José Mário Vaz procedeu à transferência de poderes, com milhares de apoiantes de Sissoco a celebrar junto ao Palácio Presidencial.

Reagindo ao sucedido, o Primeiro-Ministro guineense falou em “golpe de Estado” com o patrocínio do Presidente cessante do país. Ao qualificar esta cerimónia de "atitude de guerra", Aristides Gomes garantiu ainda que o seu executivo não vai obedecer a uma autoridade que considera ilegítima. Ao marcar igualmente o seu repúdio, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que segundo a lei guineense é quem dá posse ao Presidente eleito, disse continuar a aguardar pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça no respeitante ao desfecho de um processo eleitoral manchado por fraudes e irregularidades segundo a candidatura de Domingos Simões Pereira.

Mais pomenores com Mussa Baldé.

01:23

Mussa Baldé, correspondente da RFI em Bissau




 

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