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#Cabo Delgado

Moçambique: Centros transitórios para deslocados de Cabo Delgado

O governo da província de Cabo Delgado, no extremo norte de Moçambique, vai instalar centros transitórios para albergar deslocados junto das suas zonas de residência. O objectivo é facilitar o regresso das famílias após o restabelecimento da segurança. A 07 de Julho, em comunicado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados considerou "prematuro" promover o regresso da população aos distritos afectados.

Quissanga, Cabo Delgado, Moçambique, 21 de Agosto de 2021.
Quissanga, Cabo Delgado, Moçambique, 21 de Agosto de 2021. © LUSA - LUÍSA NHANTUMBO
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O governo moçambicano decidiu criar centros transitórios junto das zonas de proveniência dos deslocados de Cabo Delgado, forçados a abandonar as suas casas devido aos ataques terroristas que se registam desde finais de 2017.

O secretário de Estado da província, António Supeia, explicou que “antes de irem até a Pemba”, as pessoas “devem estar aqui à volta e serão criadas as condições de segurança”. “É o que estamos a fazer em relação ao Centro de Nanona, em Ancuabe”, afirmou, sublinhando que um “centro transitório não deve estar muito longe de onde as populações vivem”.

Os ataques terroristas, que se registam desde finais de 2017 em vários distritos da província de Cabo Delgado, mataram cerca de três mil pessoas e provocaram a fuga de perto de um milhão de pessoas.

A 07 de Julho, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) considerou "prematuro" promover o regresso da população aos distritos afectados, como o têm feito autoridades estatais. Em causa, "a situação de segurança volátil". Em comunicado, o ACNUR alertou para a gravidade de novos ataques em Cabo Delgado que provocaram mais 36.000 deslocados em distritos até agora considerados seguros.

Um dos mais recentes ataques "ocorreu a 35 quilómetros de Pemba", capital da província moçambicana, com um aeroporto que a liga ao resto do mundo, cidade base da ajuda humanitária e um dos principais refúgios para milhares de deslocados.

De acordo com o ACNUR, cerca de 36 mil pessoas foram deslocadas pelos ataques de Junho em Cabo Delgado e um número não confirmado de pessoas foram mortas, "incluindo algumas por decapitação", além de "várias casas incendiadas e bens saqueados, criando pânico em Ancuabe e nos distritos vizinhos". A ONU acrescenta que os recém-deslocados "precisam de assistência para salvar as suas vidas, incluindo acesso a alimentos, abrigo e serviços básicos" que continuam a faltar para acudir a todos. 

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