Turquia: Justiça vai pronunciar-se sobre activista preso há quatro anos
Na Turquia, esta sexta-feira, é retomado o julgamento de Osman Kavala, o opositor que está detido há quatro anos. Há um mês, vários países ocidentais pediram a sua libertação imediata e este sábado expira um ultimato a Ancara para o libertar.
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A audiência acontece na véspera de expirar o ultimato deixado pelo Conselho da Europa de suspender a Turquia caso não liberte Osman Kavala e cerca de um mês depois de dez embaixadores ocidentais terem feito o mesmo pedido e terem sido alvo de ameaça de expulsão.
Osman Kavala, de 64 anos, está preso, sem qualquer sentença de um tribunal desde o fim de 2017. As organizações de defesa de direitos humanos apontam-no como o símbolo da repressão do Presidente Recep Tayyip Erdogan sobre os opositores.
Em 2019, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou que a sua detenção não era justificada por qualquer prova e que era puramente política, tendo pedido a sua libertação imediata. Algo ignorado pela Turquia.
Osman Kavala é acusado pelo regime do Presidente de ter financiado os mega protestos de 2013 e de estar implicado na tentativa de golpe de Estado de Julho de 2016. Ele rejeita ambas as acusações.
Em Fevereiro de 2020, ele foi absolvido a propósito dos protestos de 2013 mas a sentença foi anulada, em recurso, em Janeiro deste ano.
Figura de relevo da sociedade civil, Osman Kavala arrisca uma pena de prisão perpétua mas disse que não pretende apresentar-se nas audiências porque considera que “é impossível ter um julgamento justo” tendo em conta as declarações do Presidente turco sobre ele.
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