Organização Mundial da Saúde alerta para "riscos biológicos elevados" em Cartum
Uma das partes do conflito, que não foi identificada, expulsou os técnicos do Laboratório Nacional de Saúde Pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para "riscos biológicos elevados" e para a “situação extremamente perigosa” em Cartum, depois da ocupação de um laboratório nacional.
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A representante da OMS no Sudão explicou que os combatentes "expulsaram todos os técnicos do laboratório”, sem dizer qual das partes do conflito tem agora o controlo do espaço. Nima Saeed Abid sublinhou que o local guarda amostras dos agentes patogénicos de doenças como o sarampo, a cólera e a poliomielite.
A agência de saúde da ONU também disse que houve 14 ataques a instalações ou pessoal de saúde durante os combates, deixando oito profissionais de saúde mortos e dois feridos. O ministério da Saúde sudanês estima em 459 o número de mortos e em 4072 o número de feridos, desde o dia 15 de Abril, informou a OMS, acrescentando que não foi possível verificar esse número.
Cessar-fogo de 72 horas
Os combates diminuíram durante a noite, com a entrada em vigor da trégua de três dias mediada pelos Estados Unidos, mas ataques aéreos e relatos de novos combates ameaçam o cessar-fogo.
Esta terça-feira, vários países como o Reino Unido, a França e a Alemanha continuaram a transportar civis e diplomatas para fora do Sudão.
Famílias sudanesas também aproveitaram o anúncio de uma trégua para procurar transporte e viajar para um local seguro, temendo que a retirada de estrangeiros os deixe em maior risco.
ACNUR estima mais de 145 mil refugiados
A agência de refugiados da ONU (ACNUR) disse que milhares de pessoas já fugiram do país e que está a preparar a fuga de 270.000 pessoas para os vizinhos Chade e Sudão do Sul.
Cerca de 4.000 refugiados sul-sudaneses que estavam a viver no Sudão regressaram ao seu país de origem, segundo a porta-voz da agência, Olga Sarrado. "Os combates parecem poder desencadear mais deslocações, tanto dentro como fora do país", disse Sarrado, no escritório das Nações Unidas, em Genebra.
Segundo o ACNUR, o conflito poderá causar pelo menos 145 mil refugiados.
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