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Brasil/ JMJ

Papa Francisco condena projetos de liberalização de drogas na América Latina

O papa Francisco criticou, nesta quarta-feira, os projetos de liberalização das drogas na América Latina, afirmando que é preciso combater o problema do tráfico de drogas com “maior justiça social”. O pontífice referiu-se aos traficantes como “mercadores da morte”, durante a inauguração de uma ala de tratamento para dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro.

Papa Francisco tirou fotos com freiras no hospital São Francisco de Assis.
Papa Francisco tirou fotos com freiras no hospital São Francisco de Assis. REUTERS/Ueslei Marcelino
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Da enviada especial ao Rio de Janeiro

"São tantos os "mercadores de morte" que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo. A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem”, afirmou o papa, diante de cerca de 100 funcionários e internos do hospital, além de religiosos. “Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química. É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro", defendeu o pontífice.

O Uruguai é o único país latino-americano a liberar o uso da maconha, mas vários consideram esta alternativa para combater o tráfico de entorpecentes, uma das causas da violência no continente. Depois de ouvir depoimentos de jovens dependentes que se tratam na instituição, Francisco encorajou outros usuários de drogas a procurarem ajuda. “Você é o protagonista da subida; esta é a condição imprescindível. Você encontrará a mão estendida de quem quer lhe ajudar, mas ninguém pode fazer a subida no seu lugar”, declarou o papa, interrompido várias vezes por aplausos. “A vocês todos, quero repetir: não deixem que lhes roubem a esperança.”

O pavilhão para o tratamento dependentes de drogas entra em funcionamento no final do mês, com 40 leitos. O número deve dobrar até o fim do ano. Conforme a instituição, o Rio de Janeiro tem cerca de 600 mil usuários de entorpecentes e apenas 20 leitos públicos disponíveis para atendimento na cidade. O Brasil tem 2 milhões de dependentes químicos, sendo 50% na região Sudeste.

Aparecida

O papa visitou o local logo após retornar de Aparecida, onde realizou uma missa para 200 mil fiéis na Basília do Santuário Nossa Senhora de Aparecida, abaixo de chuva. A visita ao local era um pedido pessoal do pontífice, que está no Rio de Janeiro para residir a Jornada Mundial da Juventude. Ao final da cerimônia, o papa prometeu retornar ao Brasil em 2017, na ocasião do aniversário de 300 anos da santa brasileira.

Nesta quinta-feira, Francisco vai pela manhã ao Palácio da Cidade abençoar a bandeira olímpica, com a presença de atletas, e depois segue para a favela da Varginha, na zona norte da cidade, onde vai rezar uma missa na pequena Capela São Jerônimo. O pontífice vai pronunciar um discurso em um palco montado no campo de futebol da comunidade. À tarde, ele se reúne com peregrinos argentinos, seus conterrâneos, na Catedral Metropolitana do Rio, antes de ir ao encontro da multidão de fiéis na orla de Copacabana, para Festa da Acolhida.
 

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